Com mensagem de Lula, acampamento encerra segunda-feira de resistência
Após dia cheio com a presença de Paulo Pimenta e Lindbergh Farias, Gleisi Hoffmann passou pelo ato da noite, em Curitiba, com recado enviado pelo ex-presidente
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A emoção tomou conta do fim da noite de segunda-feira no acampamento da vigília democrática Lula livre na noite de segunda-feira. Um recado do ex-presidente Lula, mantido como preso político no prédio da Superintendência da Polícia Federal foi entregue na voz da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Ditado para o advogado de defesa e entregue para a senadora, o recado encheu de esperança e força o peito dos homens e mulheres que seguem em vigília por Lula e sua liberdade. “Ele está muito agradecido pela presença de vocês”, disse Gleisi, antes de ler um bilhete do presidente.
Na mensagem ao Acampamento, Lula diz ouve as músicas e o que acontece na esquina Olga Benário, e que segue acreditando na Justiça, mas está indignado como todos que são acusados injustamente. “O presidente tem sido informado de toda nossa resistência e da rede de solidariedade internacional a ele”, disse Gleisi. “É pra gente continuar denunciando esse processo, que não tem prova contra ele”, afirmou.
O ato foi aberto por Ângelo Vanhoni, que fez um relato das mudanças no Acampamento a partir de amanhã. Resumidamente, quatro barracas permanecerão no local atual para garantir a infra-estrutura. As demais, inclusive as das cozinhas, serão transferidas para terrenos particulares na região. A vigília fica onde está, com atividades das 8 às 19h.
Vanhoni disse que o Acampamento Lula Livre tem sido importante como referência para quem combate a injustiça contra Lula em todo o mundo. “A presença de vocês aqui é fundamental para que todos tenham consciência de que o processo contra Lula é uma fraude e visa apenas tira-lo da eleição”, afirmou.
O prêmio Nobel da Paz Adolfo Perez Esquive chega na quarta-feira a Curitiba e quer visitar Lula na quinta pela manhã, informou. “Não sabemos se o juiz Moro vai permitir que um prêmio Nobel visite Lula. De qualquer forma, ele virá ao Acampamento saudar Lula”, disse.
O presidente do PT no Paraná, Doutor Rosinha, fez uma retrospectiva dos acontecimentos desde a quinta feira passada na luta democrática no Brasil. Em seguida, garantiu a continuidade da vigília Lula Livre. “A vigília vai permanecer onde Lula estiver”, disse. “Companheiros, a vigília não vai terminar. O que vai acabar com ela é a libertação de Lula”, reforçou.
Ireno do MST dirigiu-se diretamente aos companheiros do Movimento para explicar a situação do Acampamento Lula Livre. “Nossa vigília precisa seguir, não fazendo como eles, usar de violência, que não acumula forças. O que acumula forças é mais gente participando. Por isso esse Acampamento cresce todo dia”, disse. Ele ressaltou o apoio das 52 organizações presentes no Acampamento Lula Livre.
A presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz, relatou a importância de cumprir o Termo de Ajuste de Conduta assinado ontem à tarde. “A vigília se mantém. Vamos ficar perto daqui e colocar nosso povo para dormir em local bom”, afirmou.
O deputado estadual Tadeu Veneri (PR) lembrou que segunda feira é o décimo dia do Acampamento Lula Livre. “Estamos aqui há dez dias e acharam que não ficaríamos uma noite”, disse. “Hoje Curitiba é a capital da resistência democrática”, constatou. “Vamos resistir o tempo que for necessário até termos Lula livre”.
Regular a mídia para acabar com a disseminação do ódio é tarefa prioritária no próximo governo Lula, disse o deputado federal Paulo Pimenta. Ele criticou a seletividade da Justiça, que só faz perseguir o presidente Lula.
“O Lula esta detido ali não é pelo que dizem que ele fez, mas para impedir que ele volte e continue a mudar o País”, disse. Pimenta pediu punição para Moro, Dallagnol e Carlos Fernando. Ele citou os vazamentos criminosos de grampos de Dilma e de Lula e seus familiares. “Quebraram a engenharia nacional, criaram milhões de desempregados para entregar o Pre-sal para os gringos”, denunciou.
Depois de chamar um boa noite ao presidente Lula, o senador Lindbergh Farias anunciou a visita da Comissão de Direitos Humanos do Senado ao presidente Lula nesta terça-feira. Ele lembrou que ha exatos dois anos acontecia a lamentável sessão da Câmara que aprovou o afastamento de Dilma Roussef da Presidência da República. “De lá pra cá, foi só destruição.”
“Não tem nada mais importante agora do que defender Lula. Todas as outras lutas estão cruzadas com essa”, disse.Gleisi encerrou o ato celebrando o sucesso da vigília democrática em Curitiba. Ela disse que o presidente tem sido informado de toda a Resistência e da solidariedade internacional a ele. “Vão levar fotos da vigília amanha para ele ver”, disse.
Por Luis Lomba, de Curitiba, para a Redação da Agência PT de Notícias