Com nova indicação, Bolsonaro se cerca de militares no governo

General indicado para ser responsável pela articulação do governo com o Congresso é o quarto militar a compor alto escalão do novo governo

Divulgação

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz

Com a indicação nesta segunda-feira (26) de mais um militar para compor o governo, Jair Bolsonaro vai se cercando de militares na alta cúpula. O nome anunciado foi o general-de-divisão Carlos Alberto dos Santos Cruz, como novo secretário de governo. Ele irá assumir a função que hoje é desempenhada pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS).

A Secretaria de Governo também é responsável por fazer a interlocução com os estados, o Distrito Federal e os Municípios, além de relacionar-se com entidades da sociedade civil e com entidades e programas ligados à juventude.

Além de Bolsonaro, que é capitão reformado, e de Santos Cruz, também estarão no Planalto outros nomes que passaram pelo Exército: o vice-presidente, general Hamilton Mourão, e o futuro ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno. Esse número ainda pode aumentar com o nome do general Joaquim Maia Brandão Júnior, cotado para o Ministério da Infraestrutura.

Cruz ainda figura entre os indicados por Bolsonaro que já guardavam boas relações com o golpista Michel Temer. Ele ocupou a Secretaria de Segurança Pública entre 2017 e 2018, quando se reuniu com governantes do Rio de Janeiro para debater a crise de segurança no estado e ampliou a presença da Força Nacional de Segurança Pública no estado.

Tendo atuado no Haiti em 2007, o militar chegou a escrever em relatório feito a pedido da Organização das Nações Unidas (ONU), para analisar o motivo das mortes e ferimentos dos integrantes das forças de paz que atuam ao redor do mundo, que a “manutenção da paz é uma atividade arriscada” e foi taxativo ao afirmar que é preciso usar a força quando necessário.

“Infelizmente, as forças hostis não entendem uma linguagem diferente da força. Para deter e repelir ataques e derrotar os atacantes, as Nações Unidas precisam ser fortes e não ter medo de usar a força quando necessário”, escreveu Cruz, que atuou como consultor da ONU e presidiu a investigação, junto com mais dois autores.

A indicação de Santos Cruz demonstra também que Bolsonaro está com dificuldades em reduzir o tamanho da sua estrutura ministerial. Inicialmente, ele afirmava que iria diminuir de 29 para 15 o número de ministérios. Entre os que seriam cortados ou perderiam o status de ministério estavam a Secretaria de Governo, a Secretaria-Geral, os ministérios da Transparência e do Meio Ambiente. Nenhum desses órgãos foi extinto, sendo que apenas esse último ainda não teve seu titular nomeado.

Da redação da Agência PT de notícias, com informações do Defesanet

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