Combate à corrupção não deve ser usado de forma leviana, diz Dilma

Dilma critica vazamentos em período eleitoral de apenas parte das provas obtidas pela PF e reafirmou tolerância zero à corrupção

A presidenta Dilma Rousseff afirmou hoje (10) que foi surpreendida pelos depoimentos à Justiça de Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, presos por corrupção, e que tomou medidas para garantir que a Polícia Federal e o Ministério Público não “fossem induzidos nessa ou naquela direção”.

Dilma lembrou que nem sempre foi assim no Brasil e citou o aparelhamento (uso político) da Polícia Federal nos governos tucanos. “A PF foi dirigida durante algum tempo por pessoas que tinham inclusive filiação ao PSDB, e não preciso dizer a respeito do Procurador-Geral da República, porque vocês, da imprensa, colocaram nele o nome de Engavetador-Geral da República.”Ela garantiu que não haja esse tipo de interferência atualmente.

Dilma questionou o vazamento de informações que, de acordo com o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal, estão sob sigilo. A presidenta ressaltou ainda que o combate à corrupção não deve ser usado de forma leviana em períodos eleitorais.

“Acho muito estranho e muito estarrecedor que, no meio de uma campanha eleitoral, façam esse tipo de divulgação. Para o Brasil, é muito importante, para que de fato a gente combata a corrupção, que a gente não deixe uma coisa se misturar com a outra. Que haja de fato interesse legítimo, concreto em punir corruptos e corruptores. Agora, que não se use isso de forma leviana em períodos eleitorais e de forma incompleta, porque não temos acesso a todas as informações.”

A presidenta também falou que não se pode condenar uma instituição mas, sim, as pessoas que cometem atos ilícitos. “Aí é aquela coisa do doa a quem doer. Não se condena uma instituição. Se alguém errou tem que pagar.”

 

Por Paula Zagotta, da Agência PT de Notícias

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