Como Edir Macedo usou seu poder midiático para exaltar Bolsonaro

Exemplos da campanha eleitoral promovida pelo bispo fundador da Universal são numerosos, tanto em seus templos quanto em veículos de comunicação

Reprodução

Bolsonaro em entrevista com repórter da TV Record

Ninguém duvida que Jair Bolsonaro foi o candidato de Edir Macedo. A vitória do candidato do PSL tem uma relação evidente com o trabalho de costurar apoios feito pelo bispo evangélico nos templos da Universal, nas rádios, TVs e sites mantidos pela igreja, conforme expõe reportagem da Folha de S. Paulo.

São vários os exemplos de manipulação, sob a figura de Edir Macedo e de seu genro e provável sucessor, o bispo Renato Cardoso. Entre críticas explícitas indiretas, eles buscaram retratar Haddad como “inimigo” dos evangélicos.

O bispo entrou na Justiça contra Haddad por conta das críticas que ele fez à parceria entre Macedo e Bolsonaro. A Universal divulgou uma nota oficial o acusando de “incitar uma guerra religiosa” ao fustigar “uma das maiores lideranças evangélicas do país”.

No domingo da eleição, Macedo foi a um culto no qual falou de “mendicância” associada a programas como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família.

O genro de Edir Macedo, por exemplo, falou sobre as prioridades da igreja e discutir “projetos contrários aos cristãos”.

Já após a vitória, ele também se insurgiu contra a oposição ao candidato, usando a Bíblia como pretexto. “Olha, está escrito [na Bíblia]: não devemos resistir à autoridade, pois quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus”, disse.

Uso da mídia

Nas rádios, TVs e serviços de streaming comandados por Edir Macedo, a ordem era exaltar o militar aposentado e atacar Fernando Haddad. Essa campanha eleitoral oculta rendeu pedidos de demissão na Record e no portal de notícias R7.

A Record se adiantou para tomar o espaço de “TV oficial” do militar aposentado. A primeira entrevista dele como presidente eleito, exclusiva à emissora, teve clima de festa e foi acompanhada pelo diretor-geral Douglas Tavolaro.

Da Redação Agência PT de Notícias, com informações da Folha de S. Paulo e Intercept Brasil

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