Conclusão do metrô de São Paulo está há mais de uma década atrasada

Dos 29 quilômetros prometidos pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), apenas sete foram construídos. O trecho que deveria ser entregue em 2014 teve a conclusão adiada para 2017

Os atrasos nas obras do metrô de São Paulo completaram uma década no ano passado. A lista de obras em atraso ou ainda no papel é longa e foi denunciada em reportagem do telejornal SPTV, da Rede Globo, veiculada nesta semana.

Entre elas está uma estação de metrô prometida pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) para a Copa do Mundo, em junho do ano passado. O trecho de metrô ligaria a capital até Garulhos e ao aeroporto. A obra está abandonada e não há previsão de entrega.

O prolongamento da Linha Lilás, num total de 11 quilômetros, começa na estação Largo treze e vai até a Chácara Klabin, na Linha Verde. Em 27 de dezembro de 2012, Alckmin prometeu entregar o trecho pronto este ano, segundo publicação no site do Metrô.

No entanto, no início do mês de maio o tucano mudou de ideia e adiou o prazo para 2017. Outras estações da mesma linha só serão entregues no ano seguinte, em março de 2018.

Na Zona Leste existe mais uma obra atrasada. O caminho que o Monotrilho vai fazer entre a cidade de Tiradentes e Vila Prudente está quase pronto, porém, as estações não existem. Há apenas a base e duas das 18 estações entregues no prazo. Faltam ainda três quilômetros dos 26 previstos.

Quando as duas estações foram entregues, o governo prometeu mais dez para este ano, mas pelo estado das obras esse prazo também será estendido.

O caso mais grave é o da Linha Amarela que começou a ser construída em 2004. No ano seguinte, uma parceria com a iniciativa privada prometeu acelerar a obra. Seriam feitos 4 quilômetros de metrô por ano, dois a mais do que se fosse construído só com recursos do governo.

Com previsão de funcionamento para 2008, este ano ainda faltam quatro estações para completar menos de 13 quilômetros de linha. A empresa contratada não cumpriu o contrato e um novo terá de ser feito.

Em 2011, Alckmin disse que a meta do governo era de que São Paulo saísse dos 71 quilômetros e chegasse a 100 quilômetros de metrô até o final de 2014, incluindo o monotrilho. Um ano após o fim da data limite da promessa, o metrô cresceu apenas 7,3 quilômetros, um total de 78,3 quilômetros.

Este ano começaram as obras da Linha Laranja que vai de São Joaquim a Vila Brasilândia e a promessa é entregar em cinco anos, em 2020.  Como exemplo, a Cidade do México começou a construir seu metrô na mesma época que São Paulo e tem hoje 12 linhas prontas e 180 quilômetros de trilhos. São Paulo pode chegar a 150 quilômetros em 2020.

Trensalão – Desde 1998, no governo de Mário Covas, fundador do PSDB, existem denúncias sobre o cartel formado por empresas multinacionais e agentes públicos para obras de expansão do metrô.

O Ministério Público do estado estima que o Trensalão tucano tenha envolvido no esquema cerca de 10 empresas e causado um prejuízo no valor de R$ 418 milhões aos cofres públicos de São Paulo.

Investigações conduzidas pela Polícia Federal, o Ministério Público Federal e de São Paulo e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) afirmaram que o cartel abrange o período de 1988 a 2018. A informação comprova que o governo de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin fizeram parte do esquema.

Os cartéis superfaturavam a venda de serviços e equipamentos ao metrô paulista e a CPTM. A propina era paga aos dirigentes das companhias para as empresas vencerem as licitações.

Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias

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