Condição de pleno emprego diminui fluxo de contratações, diz ministro
Condição de pleno emprego vivida no País e sazonalidade do mercado podem ser os fatores para o menor desempenho na criação de postos de trabalho
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O ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou que o Brasil vive uma condição de pleno emprego, o que afeta o fluxo de novas contratações, uma vez que o mercado está pleno de mão de obras.
Geramos 22 milhões de empregos em dez anos. Se gerássemos 200 mil empregos, não teríamos onde colocar, afirmou.
Dados do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que foram criados mais de 900 mil postos de trabalho formais, de janeiro a outubro deste ano. Os dados apontam também que, pela primeira vez depois de 15 anos, houve uma pequena retração de cerca de 30 mil empregos.
Foram contratadas 1.718.373 pessoas e demitidas outras 1.748.656. Uma variação de -0,07% em relação a setembro.
O Caged indica que os resultados negativos partiram, principalmente, da construção civil (-33.556) e da agricultura (-19.624). Porém, houve uma variação positiva na geração de postos de trabalho nos setores do comércio, serviços e setor público que, somados, criaram 35.388 empregos formais.
Em coletiva à imprensa, o Ministro afirmou que as retrações nos setores da construção civil e na agricultura são sazonais e se devem à conclusão de grandes obras e à forte seca que atingem algumas regiões, como a Sudeste.
“Só São Paulo teve redução de 20 mil. Esperamos que nesse próximo mês a gente seja contemplado por esses novos postos”, disse o ministro.
Outro fator que contribuiu para o mau desempenho de criação de empregos formais, no mês de outubro, segundo Dias, foi o conturbado período eleitoral.
“Tivemos um debate que procurou criar um quadro de crises e dificuldades que inibiu (a criação de vagas). Nós tivemos informações que muita gente deixou de fazer investimentos”, relatou.
Desempenho – Apesar da seca, a região Sudeste foi a que liderou a criação de empregos formais durante o período, com 400.769, seguida das regiões Sul (217.869), Nordeste (127.021), Centro-Oeste ((118.185) e Norte (48.443).
Os estados que mais contrataram foram Alagoas (7.735), Ceará (7.363) e Santa Catarina (4.973).
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias, com informações do Ministério do Trabalho e Emprego