Conferência: experiências da luta real dos movimentos populares

Debate nacional promovido pelo Partido dos Trabalhadores abriu diálogo sobre os desafios da luta social na atual conjuntura brasileira, latino-americana e mundial

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PT potencializa movimentos populares

Os desafios da luta antifascista no Brasil foi o tema central da primeira etapa da Conferência Nacional do Movimentos Populares do PT. O encontro virtual uniu lideranças, militantes e abriu um diálogo sobre as vivências da luta real das organizações populares.

Durante o debate, promovido pela Secretaria Nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais (SNMP) do PT, o presidente da Associação Nacional das Torcidas Organizadas, Alex Minduim, falou sobre o trabalho das torcidas e da mobilização de envolver o jovem da periferia com a política.

“As torcidas organizadas são frutos do PT, são movimentos sociais de vanguarda. Temos seis anos de resistência e o que mais fizemos foi levar a política para o jovem da periferia, que faz parte de um dos movimentos mais bem articulados do país e, muitas vezes, é criminalizado. As torcidas organizadas do Brasil têm poder de mobilização e a força da juventude. Nosso trabalho é trazer a consciência cidadã e consequentemente a consciência política da participação desses torcedores pela democracia para a luta partidária”, destacou Minduim.

Debate direto

As experiências da luta por moradia, da defesa por território e das torcidas organizadas foram compartilhadas com 170 militantes, que participaram do debate ao vivo. A secretária Nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais do PT, Vera Lúcia Barbosa, ressaltou a importância da troca de vivências de quem está na ponta, de quem vivencia a luta.

“Debatemos o modelo e todos desafios que precisamos superar, sobre a conjuntura com a militância na vida ativa e orgânica do partido. Quando trazemos os debates das experiências e das vivências de quem está fazendo a luta real pela moradia, nos trabalhos com as pessoas em situação de rua, na área da educação, da saúde, na luta pela terra, na luta indígena, dos quilombos, aí sim abrimos o debate direto. É mais do que pensar em estratégias e elaborar, é fazer o debate em como iremos fazer o diálogo com a vida real no trato com a movimentação da vida do nosso povo. O debate nos ajuda nisso”, explica.

Para Vera Lúcia, as próximas etapas da Conferência Nacional abrirão novos caminhos. “Vamos sair com apontamentos de caminhos da conexão com o trabalho de base. A militância precisa se conectar com a vida interna do partido. A conferência tem esse propósito”.

Luta histórica

O coordenador da Pastoral do Povo de Rua de São Paulo, Padre Júlio Lancellotti, destacou as especificidades de luta no Brasil, falou do poder da união e da articulação em uma nação diversa.

“Nesse momento tenebroso da história que estamos vivendo, não podemos perder a dimensão de que a nossa luta é uma luta histórica e com especificidades como a luta das mulheres, dos povos indígenas, dos quilombolas, dos negros, dos sem-terra. E todas essas lutas se ligam com a luta LGBTQIA+, com a luta dos catadores e das populações em situação de rua. Somos muitos em muitas lutas e temos de articular porque não adianta lutar fechado, num aspecto só. Somos um país de uma nação muito diversa, com muitos grupos e muitas questões em jogo. Não podemos perder o horizonte de que essa ‘luta de um por todos e todos por um’ para que estejam presentes os encarcerados, a situação de rua, a luta da juventude negra contra o genocídio, a luta contra todo tipo de homofobia, de discriminação e preconceito, a luta pela proteção social ou pela saúde. A minha luta é de todos vocês, e a luta de vocês também é minha”.

O padre Lancellotti comentou sobre a necessidade da luta pela defesa das pessoas que não têm voz e exemplificou os atingidos por tiros em uma operação policial ilegal na favela do Jacarezinho, no Rio de Janeiro, onde 28 pessoas foram mortas na semana passada.

“Todos os movimentos estão unidos. Essa é a consciência que temos de ter. É uma luta histórica e uma não se sobrepõe à outra. Estamos nesse momento juntos do povo palestino, dos grupos indígenas, juntos do povo colombiano. Nossa luta é bonita porque somos muitos em muitas lutas pela libertação, pela autonomia, pelos direitos dos povos, pelo respeito das etnias, pela identidade de gênero, pelo respeito à diversidade e à multiplicidade”.

Organização

A secretária Nacional de Mulheres do PT, Anne Karolyne, foi uma das moderadores da conferência e afirmou que é fundamental os movimentos sociais estarem organizados para enfrentar os desafios da luta social.

Na representação da Central de Movimentos Populares, Paloma Tarrao compartilhou a experiência das famílias brasileiras quer lutam pela moradia, e que agora passam fome. Comentou ainda sobre as dificuldades enfrentadas, sobre as fake news e a preocupação em trabalhar o combate, a denúncia e formar consciência política.

“A fome voltou a bater na porta, o crescimento econômico não aconteceu. Precisamos de solidariedade e queremos um país em que as pessoas tenham trabalho e dignidade. A formação da consciência de classe traz o sentimento de pertencimento. Temos conversado com as famílias sobre os direitos humanos e sobre a importância do debate político. A vida é norteada por decisões políticas”.

Próxima etapa

A segunda etapa da Conferência Nacional do Movimentos Populares do PT está agendada para o dia 18 de maio. O tema do encontro é a “Pandemia e Neoliberalismo: a luta contra o desmonte do Estado do Brasil”.

Da Redação

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