Contra conservadores, deputado pede apoio popular
Paulo Pimenta (PT- RS) aposta na participação social para vencer o conservadorismo
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O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara (CDHM), deputado Paulo Pimenta (PT-RS), disse estar consciente das duras batalhas que enfrentará contra o conservadorismo do Parlamento, e pediu o apoio popular para resgatar a missão da comissão.
A CDHM conta com cinco deputados progressistas cujas ideias divergem das de 12 deputados com discursos conservadores, entre religiosos e militaristas. Diante da dificuldade, Pimenta convocou a sociedade brasileira para defender os avanços de políticas adormecidas devido à resistência de setores da direita e extrema direita, os quais ele vê avançar no Brasil e no mundo.
Em entrevista à Revista Fórum, publicada na sexta-feira (20), o deputado afirmou que essa é a única maneira de resgatar o sentido da existência da comissão.
“Não vejo outro caminho a não ser abrir para a sociedade, levar as pautas o máximo possível para fora da Câmara. E, em contato com a sociedade, encontrar o respaldo necessário para fazer esse trabalho”, ressaltou Pimenta.
Segundo o deputado, há 20 anos a comissão foi criada para abrir um canal de diálogo com entidades da sociedade civil, muitas vezes sem voz. No entanto, temas importantes e urgentes que afetam crianças, mulheres, pobres, indígenas, LGBT e afrodescendentes foram esquecidos durante o ano de 2013, quando o comando da comissão passou para o deputado Marcos Feliciano (PSC-SP).
De acordo com Pimenta, um dos principais objetivos é combater a intolerância causada, segundo ele, pelos avanços sociais conquistados pelas políticas de distribuição de renda e acesso, adotadas nos últimos 12 anos. Para o deputado, essa reação se deu ao serem incluídas pessoas em espaços antes ocupados por uma “pretensa elite”, como universidades, mercado de trabalho e aeroportos.
“Quando você tem na sala de aula o filho da empregada ao lado do filho do patrão, e ele passa na prova e o filho do patrão, não. Quando garantimos que a empregada doméstica tivesse carteira assinada, criou-se um custo adicional. Isso provoca as reações mais primitivas das pessoas.”, destaca o parlamentar.
Pimenta ressaltou também a extensa e complexa pauta do conjunto de questões que pretende discutir e fazer avançar com a sociedade, como o autos de resistência, a criminalização da homofobia, a questão indígena, a redução da maioridade penal e a falência do sistema prisional.
“Vamos fazer um espaço que permita essa discussão. A própria presidência empresta o prestígio da função e leva à luz o interesse da sociedade para determinadas pautas”, afirmou.
Patológico – Segundo Pimenta, a irritabilidade da direita chega a ser “patológica”. Frustrados com a legítima derrota nas urnas e incomodados não apenas com as conquistas econômicas e sociais, mas também com um conjunto de direitos protetivos às mulheres, como as leis do Feminicídio e Maria da Penha, criaram uma reação machista e sexista.
“Eles começam a verbalizar. A internet facilitou para que esse monstro interno aparecesse e mostrasse a cara. Chamam a Dilma de ‘vaca’, ‘vagabunda’, de ‘vadia’. Tem um aspecto de natureza social e psicológica”, alerta o deputado.
Da Redação da Agência PT de Notícias