CPI da Vaza Jato comprovará crimes de Moro e Deltan, afirmam petistas

O objeto da Comissão será investigar a conduta da força-tarefa Lava Jato, que praticou inúmeras ilegalidades e crimes durante as investigações contra o ex-presidente Lula

Fernando Frazão e Lula Marques

O ex-juiz Sérgio Moro – e atual ministro da Justiça – e o procurador da Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol devem ser investigados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que já reuniu as assinaturas necessárias para ser criada pela Câmara dos Deputados. O requerimento foi apresentado na noite do dia 12. Agora, é o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), quem decidirá se acata o requerimento e pede aos partidos que indiquem os membros da CPI.

Os partidos de oposição (PT, PCdoB, PSB, PSOL e PDT) protocolaram as 175 assinaturas – número mais do que suficiente para dar início ao funcionamento de uma CPI. O objeto da Comissão será o de investigar a conduta do então juiz Moro, de Deltan Dallagnol e de toda força-tarefa Lava Jato, que praticou inúmeras ilegalidades e crimes durante as investigações contra o presidente Lula, conforme provas amplamente divulgadas pelo site The Intercept Brasil e outros órgãos de imprensa.

Os parlamentares que assinam o requerimento para instauração da CPI alegam que as mensagens levantam suspeitas de que o atual ministro da Justiça e membros do MPF agiram com parcialidade e motivação política na investigação de processo da Lava Jato.

O requerimento também destaca que mensagens atribuídas a Deltan Dallagnol colocam em dúvida a solidez da denúncia contra o ex-presidente Lula, no caso do tríplex do Guarujá. O texto destaca, ainda, o papel de Sérgio Moro na coordenação de trabalhos investigatórios, os quais foram dirigidos para influenciar e direcionar as investigações a fim de perseguir o PT e o ex-presidente Lula, condenado sem provas.

Nas redes sociais, parlamentares da Bancada do PT comentaram sobre a importância de uma CPI para investigar Moro e os procuradores da Lava Jato.

Para o líder Paulo Pimenta (PT-RS), a conduta e os métodos de Moro e Dallagnol e dos demais agentes da Lava Jato não encontram guarida na legislação brasileira, o que por si justifica uma investigação do Parlamento brasileiro. “Nós não pretendemos fazer dessa CPI uma ferramenta de perseguição que abdique os direitos de qualquer pessoa. Nós vamos fazer um processo de investigação muito tranquilo e sereno, garantindo que as investigações ocorram dentro daquilo que a lei estabelece”, esclarece Pimenta.

Conforme o líder, a sociedade brasileira pode ficar tranquila, pois “não iremos repetir as condutas que nós denunciamos, como a seletividade e a manipulação das informações”, adiantou o parlamentar. O deputado Alexandre Padilha (PT-SP) considera a CPI uma “vitória da democracia”. Para ele, com a CPI da Vaza Jato, “Deltan não pode fugir e Moro não pode mentir”.

Já o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Helder Salomão (PT-ES), faz referências às falcatruas promovidas pelo procurador Deltan Dallagnol, que “usou a operação Lava Jato para lucrar com palestras e Sérgio Moro a usou como escada política. Agora os dois vão ter que se explicar na CPI da Vaza Jato”, explicou o deputado.

Para o líder da Minoria no Congresso Nacional, Carlos Zarattini (PT-SP), “a operação Lava Jato está sendo desnudada, dissecada, pela operação Vaza Jato. Esperamos que o STF analise a operação Lava Jato, e tome providências. E, no caso de Lula, anule o processo dele, porque é um processo fajuto”, escreveu em seu Twitter.

Eleição 2018

Explicar na CPI a manipulação que influenciou o resultado eleitoral em 2018 é uma obrigação de Moro e Dallagnol, cobra o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), em sua conta no Twitter. “Moro e Deltan na CPI para explicar a relação promíscua que comprometeu uma eleição presidencial. Esses dois não representam a justiça brasileira porque não fazem justiça. O que fizeram foi política por meios errados. Temos um país para reconstruir”.

Para o deputado Beto Faro (PT-PA), “houve um conluio entre membros do Ministério Público Federal e o então juizeco Moro. O objetivo central era prender o ex-presidente Lula (PT) e impedir sua candidatura à Presidência da República na última eleição”, observou.

E o Dallagnol “terá que explicar seus crimes comprovados pela Vaza Jato. Dessa vez ele não vai poder fugir”, avisa o deputado Airton Faleiro (PT-PA).

Conforme Henrique Fontana (PT-RS), a CPI é uma oportunidade para investigar detalhadamente a operação Vaza Jato. “A CPI da Lava Jato fará uma investigação séria e equilibrada, sem aplicar a justiça de vingança como foi a postura de Moro, Deltan e os procuradores da força-tarefa. Todas as irregularidades que a Vaza Jato expõe há 90 dias serão detalhadamente investigadas”.

Moro e Deltan, segundo Waldenor Pereira (PT-BA), “serão convocados a esclarecer a conduta criminosa à frente da Lava Jato”. Já o deputado Frei Anastácio (PT-PB) escreve: “É simbólico o pedido da CPI ter sido protocolado em plena sexta-feira 13”.

Por sua vez, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) afirma que cabe ao presidente da Câmara dos Deputados aceitar ou não o pedido de CPI para investigar a postura de Moro e Dallagnol na condução da Lava Jato. “Se estão seguros de sua isenção na condução dos processos não têm o que temer. Eu duvido”, destacou Tatto. O deputado Valmir Assunção (PT-BA) afirma que “ao que tudo indica, ambos [Moro e Dallagnol] utilizaram seus cargos públicos para forçar uma condenação reconhecidamente sem provas”.

“O Moro e Deltan e a força-tarefa da Lava Jato têm muitas explicações a dar ao Brasil e ao povo brasileiro. A instalação da CPI da Farsa Jato é fundamental para que o Brasil passe a limpo a operação. Não se combate corrupção com meios corruptos!”, critica Erika Kokay (PT-DF). Para Paulo Teixeira (PT-SP), Moro e Dallagnol precisarão se explicar à CPI. “A farsa da Lava Jato na condenação de Lula foi escancarada. Agora Moro e Deltan vão ter que se explicar!”

O deputado e vice-líder da Minoria José Guimarães (PT-CE) destacou a vitória do Estado Democrático de Direito. “Oposição consegue as assinaturas necessárias para instalação da CPI de Moro e Dallagnol. Vitória do Estado Democrático de Direito. Registro que vários partidos além da esquerda nos ajudaram nesse enorme esforço coletivo”, destacou em seu twitter, o parlamentar do Ceará.

O deputado baiano Joseildo Ramos (PT) foi taxativo em sua conta no Twitter. “Moro e Deltan na CPI para explicar porque um juiz e um acusador atuavam em esquema de cooperação, escolhendo quem, quando e como atacar, e de qual forma montar um circo de horrores impactando no resultado das eleições presidenciais”.

Rogério Correia (PT-MG) acredita que a CPI é uma oportunidade também para provar – mais uma vez – a inocência de Lula. “A inocência de Lula será provada e a Lava Jato será substituída por outro instrumento que combata a corrupção e não aquilo que consideram como adversários políticos. A verdade começa a prevalecer”, argumentou.

A deputada Margarida Salomão (PT-MG) escreveu: “É importante insistir: Moro e Deltan conspiraram contra a democracia, atuando conjuntamente para desestabilizar o governo Dilma a partir de vazamentos ilegais de operações enviesadas. São criminosos e vão pagar por isso!”, avisou.

E o deputado João Daniel (PT-SE) disse em seu twitter que “Moro e Dallagnol devem explicações ao povo brasileiro sobre os diálogos vazados e a conduta inadequada à frente de cargos tão importantes para a Justiça no País”.

Por PT na Câmara

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