Datafolha: População é favorável à educação sexual nas escolas

Segundo a pesquisa, 54% da população é favorável a educação sexual e 71% defende discussões sobre política nas escolas

Valter/Campanato/Agência Brasil

Deputados evangélicos associam adesão à candidatura Bolsonaro à "defesa da família"

Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira (7) aponta que 71% da população defende discussões sobre política na escola. Já 54% informaram que são favoráveis à educação sexual.

A pesquisa trata de temas diretamente ligados ao projeto de lei Escola sem Partido, que foi arquivado em 2018 mas deve voltar à tramitação na Câmara dos Deputados na próxima legislatura. O Escola sem Partido é um dos carros-chefe do presidente Jair Bolsonaro, que chegou a afirmar na última sexta-feira (4) que o Brasil promove “doutrinação nas escolas e erotização das nossas crianças”.

De acordo com o instituto, o apoio a discussões políticas em sala de aula cresce à medida da escolaridade dos entrevistados: entre os que têm nível superior, 83% defendem o assunto. O percentual cai para 72% entre os que concluíram o ensino médio, e 62% dos que possuem nível fundamental.

De todos os ouvidos em relação à discussão política nas escolas, 20% apoiam totalmente, enquanto 28% discordam totalmente. Outros 8% não souberam ou não quiseram responder.

O ensino de educação sexual também é defendido entre os que têm maior escolaridade, mas em menor escala: entre os que têm nível superior 63% são favoráveis; enquanto ensino médio e fundamental representam 54% e 49%, respectivamente.

Os que são favoráveis à educação sexual representam 54% do total de entrevistados, sendo que 35% aprovam totalmente o ensino. Os que discordam totalmente também são 35%. As mulheres representam a maior parcela dos favoráveis: são 56% do total. Entre os que são contrários, 53% são evangélicos e 54% votaram em Bolsonaro.

As estatísticas divulgadas hoje fazem parte de uma pesquisa realizada nos dias 18 e 19 de dezembro com 2.077 pessoas. Dados divulgados no último sábado (5) indicaram que a maioria da população também é contrária à política de privatizações e redução das leis trabalhistas.

Por Congresso em Foco

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