Deputado quer ouvir diretor do iFHC na CPI da Petrobras
O deputado Jorge Solla (PT-BA) cobra informações de como foi feita doação de 1,7 milhões da Camargo Corrêa para o instituto do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
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O deputado Jorge Solla (PT-BA) apresentou nesta quarta-feira (17) à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras no Congresso dois requerimentos para a convocação e a quebra de sigilo bancário do superintendente do Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC), Sérgio Fausto.
Solla solicitou ao presidente da comissão, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), por os pedidos em votação para garantir que a investigação da CPI seja realizada de maneira isenta.
O pedido de Solla foi feito após, no último dia (11), a CPI da Petrobras aprovar requerimento de convocação para que o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, explique a doação de R$ 3 milhões que a entidade recebeu, entre 2011 e 2013, da construtora Camargo Correa, investigada pela Operação Lava Jato.
Neste sentido, o petista cobra que a comissão também faça uma oitiva com diretor executivo do iFHC, visto que o instituto recebeu da mesma empreiteira em 2011, o equivalente a R$ 1,7 milhão.
“Não houve nenhuma citação na investigação da CPI da Petrobras relacionada ao Instituto Lula, ou ao Okamoto. A oposição tenta expor o PT. Quero ver apoiarem a convocação do Instituto de Fernando Henrique, se isso não ocorrer a perseguição política ao PT ficará comprovada”, declara Jorge Solla.
Ainda segundo o deputado, o presidente da comissão que apura o esquema de corrupção na petroleira, não pode adotar “dois pesos e duas medidas” na condução da investigação. “Devemos ampliar a investigação. Não podemos acusar só um partido de corrupção”, afirma.
O petista também recordou que a construtora Camargo Corrêa foi uma das 12 empresas brasileiras e estrangeiras que doaram R$ 7 milhões ao ex-presidente Fernando Henrique para a criação do iFHC em 2002. Outras doações também chamam atenção e levantam suspeitas, porém não têm dito destaque pela grande mídia, como é o casa da doação de R$ 500 mil reais feita pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) em 2006.
Na ocasião, o instituto captou, por meio da Lei Rouanet de incentivo a cultura, cerca de R$ 2 milhões de diversos doadores, entre os quais a Sabesp, para um projeto de preservação do acervo de documentos, fotos e objetos do local.
As doações feitas para ex-presidentes e seus institutos não deveriam ser discutidas na CPI da Petrobras, avalia o deputado Leo de Brito (PT-AC). Segundo ele, os órgãos de controle e justiça que devem fazer esse trabalho.
“A CPI da Petrobras, não foi criada para investigar institutos de ex-presidentes. Mas a comissão têm feito uma condução política partidária, portanto se o Instituto Lula foi chamado, defendo que o Instituto de FHC também participe da comissão, porém acredito que estamos descredibilizando a CPI”, declara Brito.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias