Deputados que apoiaram o golpe agora preparam anistia a Cunha

Presidente da Câmara, réu no STF e sob processo de cassação no Conselho de Ética, pode ser inocentado pela sua atuação na aprovação do impeachment

Depois de votar -“contra a corrupção” – sim ao Impeachment e , parlamentares já preparam uma operação abafa para livrar o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no Supremo Tribunal Federal (STF), do processo de cassação que corre no Conselho de Ética da Câmara.

Durante CPI  da Petrobrás no ano passado, Cunha mentiu sobre a propriedade de diversas contas na Suíça. O Banco Central já enviou documentação comprovando a existência dessas contas. Além disso, Cunha é réu no Supremo Tribunal Federal por uma ação da Operação Lava-Jato em que é acusado de receber  US$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sonda da Petrobras.

Na semana passada, um empresário da Carioca Engenharia afirmou, em delação premiada da Operação Lava-Jato, que Cunha teria recebido R$ 52 milhões em propina em obras do Porto Maravilha, no Rio de Janeiro.

O processo no Conselho se arrasta há meses com as diversas manobras realizadas pelos aliados de Cunha na Comissão de Ética. Agora, em agradecimento à participação do Cunha no golpe parlamentar promovido no domingo, deputados estão dispostos a perdoar o presidente da Câmara.

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Publicamente, deputados têm declarado que Cunha merece uma anistia por seu papel no processo do impeachment.  “Sem ele não teríamos o processo de impeachment. Por isso Cunha merece ser anistiado”, disse o deputado Paulinho da Força (SDD-SP).

“Eduardo Cunha exerceu um papel fundamental para aprovarmos o impeachment da presidente. Merece ser anistiado”, defendeu Osmar Serraglio (PMDB-PR).

“Outro deputado qualquer não teria resistido às pressões do Palácio do Planalto. Vamos salvá-lo”, disse o deputado Dirceu Sperafico (PP-PR).

Além do apoio parlamentar, já estão ocorrendo manobras no Conselho de Ética para impedir a cassação do deputado. Na semana passada, o deputado Fausto Pinato (PP-SP), primeiro relator do caso no colegiado abandonou o conselho. Pinato havia redigido um relatório pedindo a saída de Cunha. Tia Eron (PMDB-BA) já apoiou publicamente Eduardo Cunha, É um presidente que fez essa Casa produzir como nunca, que limpou as gavetas de projetos que estavam parados, tem minha admiração e meu respeito”, disse ao assumir o posto.

Na terça-feira (19), o vice-presidente da Câmara Waldir Maranhão (PP-MA) tomou duas decisões para esvaziar o processo contra Cunha. Primeiro, ele limitou a denúncia no Conselho apenas à acusação de que Cunha teria mentido sobre suas contas. Além disso, ele apontou supostos desvios na condução do processo que poderiam invalidá-lo. Em fevereiro, Maranhão já havia aceitado um recurso que pedia a anulação da sessão que aprovou a admissibilidade do processo contra o presidente da Câmara, fazendo que o pedido de cassação voltasse ao seu estágio inicial.

Para o deputado Afonso Florence (PT-BA) Cunha aproveitou seu poder na condução do processo do impeachment para promover um acordão que o salvasse do processo na Câmara. “Na votação de ontem [domingo] ele claramente mobilizou sua base de apoio para aprovar o impeachment em troca de ele ser isento de investigação”, afirmou Florence.

Da Redação da Agência PT de notícias, com informações do Congresso em Foco e Huffington Post Brasil 

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