Dia de Luta contra o Golpismo Midiático tem atos em todo o país

Mobilizações procuram discutir com a sociedade que o monopólio no setor fere a democracia, a liberdade de expressão e o direito à comunicação

Nesta quinta-feira (5), Dia Nacional de Luta contra o Golpismo Midiático, estão programadas mobilizações em todo o Brasil. Com organização da Frente Brasil Popular e do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), tem o objetivo de denunciar o papel da mídia privada na construção do golpe no nosso país.

“O principal eixo das manifestações populares será a denúncia do monopólio privado nas comunicações – representado principalmente pelas Organizações Globo. É preciso evidenciar o vínculo perverso entre o monopólio e a ausência de pluralidade e diversidade de vozes na mídia, que conduz a uma narrativa única dos fatos, sempre à serviço da pauta conservadora, antipopular e golpista, estimulando o discurso do ódio, o preconceito e a intolerância.”, diz a convocatória do evento.

Além disso, a mobilização procura discutir com a sociedade que o monopólio no setor fere a democracia, a liberdade de expressão e o direito à comunicação.

Em São Paulo (SP), a concentração será em frente ao MASP, a partir das 18h; no Rio de Janeiro (RJ) será na Estação Central do Brasil, às 16h e em Brasília (DF), na Rodoviária do Plano Piloto, às 16h30.

Veja a lista completa das cidades que terão mobilizações na nossa agenda.

Leia o manifesto na íntegra abaixo:

FNDC e Frente Brasil popular convocam e organizam ato contra o golpismo midiático, que será realizado em vários estados nesta quinta (5/5).

Está mais do que evidente a participação dos meios de comunicação do Brasil na construção e defesa do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Com um sistema de mídia concentrado em poucos grupos econômicos, a cobertura da crise política e dos casos de corrupção tem sido seletiva e desequilibrada. De um lado, o foco quase exclusivo na desmoralização do PT e do governo; de outro, os casos de corrupção envolvendo os adversários políticos do governo são praticamente ignorados ou, quando muito, tratados com superficialidade.

O principal efeito disso pôde ser visto nas manifestações pró-impeachment, estimuladas de forma ostensiva pela imprensa ao longo do último ano. Além disso os protestos contrários ao impeachment, que é classificado pela imprensa internacional e por diversos analistas como um golpe contra a democracia, foram praticamente invisibilizados e deslegitimados pela mídia.

Frente a isso, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e a Frente Brasil Popular (FBP) promovem o Dia Nacional de Luta contra o Golpismo Midiático, neste 5 de maio, com atos e manifestações em todo o país. O principal objetivo dessas manifestações é denunciar como o monopólio privado nas comunicações, representado principalmente pelas Organizações Globo, fere a nossa democracia, a liberdade de expressão e o direito à comunicação.

Monopólio é golpe porque:

1- Não reflete nossa diversidade

No Brasil, apenas seis famílias controlam mais de 80% do setor de mídia. Isso faz com que diferentes visões de sociedade não se reflitam na programação das emissoras, prevalecendo um discurso único, o que viola o direito à comunicação e a liberdade de expressão do conjunto da população brasileira. Não é à toa que países com democracias consolidadas, como EUA, França, Inglaterra e Alemanha possuem mecanismos de regulação para impedir a formação de monopólios na comunicação e garantir pluralidade de vozes na mídia. O domínio da esfera pública midiática por uma única empresa, como no caso da Rede Globo, é destrutivo para qualquer ambiente democrático.

2- Desrespeita o interesse público

A mídia no Brasil é tratada como atividade privada com finalidade comercial, em que o interesse público fica em segundo lugar. Outro aspecto é a apropriação de emissoras de rádio e televisão por políticos com mandato eleitoral, uma prática que, além de ser inconstitucional, causa graves danos à nossa democracia, pois permite a perversa combinação entre poder político e controle da informação. Diferente de outros países, o sistema de emissoras públicas e comunitárias do Brasil sofre pela falta de investimentos, perseguição e sucateamento, inviabilizando a garantia de diversidade de conteúdo e de fontes de informação.

3- Deforma a opinião pública

A televisão e o rádio ainda são os meios de comunicação mais acessíveis ao conjunto da população brasileira e, por serem controlados por um verdadeiro monopólio, acabam contribuindo para a formação de uma opinião pública enviesada e parcial, o que influencia de maneira significativa os rumos do país, com impactos para todos, como ocorre agora no processo de impeachment.

Sem mídia democrática, não pode haver democracia!

#MonopólioÉGolpe!

Da Redação da Agência PT de Notícias

PT Cast