Dilma classifica bloqueio de estradas por caminhoneiros como “crime”
Segundo a presidenta, todos os brasileiros têm o direito a manifestar, mas obstruir estradas e impedir o abastecimento de algumas cidades é descumprir a lei
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A presidenta Dilma Rousseff criticou, em entrevista coletiva nesta terça-feira (10), a interdição de estradas feitas pelos caminhoneiros no Brasil. Para ela, essa forma de protesto, que compromete a economia popular, desabastece as cidades com alimentos e combustíveis, é classificada como crime.
“Reivindicar, nesse país, é um direito de todo mundo. Reivindicação, no Brasil, há muito tempo não é crime. Nós construímos a democracia para não ser crime. Esse país é responsável. O que nós iremos impedir é que haja qualquer prejuízo a economia popular do país. Obstruir e afetar a economia popular é crime”, ressaltou.
A declaração foi dada durante visita às obras de ampliação do metrô do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016. A presidenta Dilma fez questão de reforçar que, na democracia, é absolutamente legal manifestar. No entanto, ela chamou atenção para a obrigação de cada cidadão em cumprir as leis.
“Obstruir é crime. Obstruir, afetar a economia popular é crime. Todos nós somos obrigados a cumprir a lei, principalmente as pessoas que exercem a faculdade de cumprir a lei”, completou.
Os caminhoneiros em greve bloquearam, na segunda-feira (9), mais de 40 trechos de estradas em 14 dos 27 estados brasileiros. Na terça, os protestos reduziram a 34 trechos de rotas em nove estados.
Diante dessa situação, o governo decidiu aplicar multas aos caminhoneiros que bloquearem as estradas no valor de R$ 1.915 e autorizou a Polícia Rodoviária Federal a retirar os veículos para que não interrompam o trânsito e o abastecimento das cidades.
O governo federal afirmou ter atendido boa parte das reivindicações dos caminhoneiros nas últimas negociações. Segundo o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a greve da categoria é pontual e foi criada para gerar um “desgaste político”.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias