Dilma defende “igualdade de oportunidades” a todos os brasileiros
Durante evento do Dialoga Brasil em Recife, a presidenta reforçou os avanços e desafios da gestão petista no poder e voltou a se posicionar contra a redução da maioridade penal
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A presidenta Dilma Rousseff participou, nesta sexta-feira (21) em Recife (PE), da edição do Dialoga Brasil, plataforma digital que discute com a população os caminhos que o governo deve tomar em relação as políticas públicas adotadas. A presidenta defendeu os avanços promovidos pela gestão PT , agradeceu as conquistas sociais implementadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e reforçou a importância do diálogo com os brasileiros para aprimorar as ações do governo.
“A gente só avança com respeito. Se a gente tiver a paciência, a humildade de ouvir a voz do outro”, disse a presidenta.
O discurso da presidenta foi pautado em “igualdade de oportunidades”. Ela relembrou que antes da gestão PT “esse país só dava oportunidades para alguns”.
Para esclarecer o termo, a presidenta defendeu que tanto no governo Lula, quanto na sua gestão, os direitos a saúde foram ampliados. Ela exemplificou com o Programa Mais Médicos, que “garantiu saúde para 63 milhões de pessoas”, e destacou o Bolsa Família, “o programa que tem maior efeito sobre a vida das crianças mais pobres”. Além disso, Dilma, reforçou as “oportunidades oferecidas pelo Pronatec aos trabalhadores e trabalhadoras”.
Sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 171) que trata da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, Dilma voltou a se posicionar contra a iniciativa.
“É um escândalo olharmos a questão da violência juvenil e propormos a redução da maioridade penal. Temos que penalizar o adulto que utiliza jovens como escudo”, declarou.
Na área de segurança pública, Dilma destacou os avanços com a Lei Maria da Penha, o projeto Casa das Mulheres e a Lei do Feminicídio. A presidenta defendeu o Pacto Nacional de Redução de Homicídios, que ainda está sendo elaborado pelo governo e prevê ações conjuntas entre os governos estaduais e municipais. “É uma das mais importantes iniciativas de combater a violência”.
Entre as soluções para evitar o encarceramento, Dilma Rousseff destacou que “não tem cabimento resolver o problema da violência construindo presídio” e ressaltou que “a tecnologia evoluiu” e uma alternativa para reduzir o número de prisões seria o uso de tornozeleiras. Segundo a presidenta, o custo por mês de um preso ao governo é de R$ 3.500, enquanto a tornozeleira gera um gasto de R$ 600.
Além disso, Dilma propôs oferecer educação aos que se encontram no sistema penitenciário. “Sou a favor de formar o preso. Evitando a exploração do preso, ele tem direito de trabalhar e ser remunerado”, disse.
O combate a pobreza e a fome no Brasil é reconhecido mundialmente e foi enaltecido pela presidenta. “O fim da miséria é só´o começo. Nós temos o compromisso de construir um país mais rico, que gere mais empregos”, afirmou.
Antes do discurso da presidenta, os ministros levantaram os avanços da gestão PT nestes 13 anos de governabilidade e ressaltaram os desafios que devem ser enfrentados para melhorar a vida da população.
O ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, destacou a importância do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e parabenizou as escolas de Pernambuco que foram destaques este ano.
“As 10 melhores escolas estão no Nordeste e 6 são de Pernambuco. O ENEM não é só um teste para saber notas, é um teste para a vida”, disse, ao reforçar que o exame tem um papel fundamental de transformação na vida dos estudantes brasileiros.
Janine lembrou que o “ENEM abre caminho para o futuro” e relembrou que a nota do candidato que participa do exame pode ser utilizada para ingresso em instituições de ensino superior públicas, como universidades e institutos federais, além de valer para programas do governo federal, como o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Ciência sem Fronteiras e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
O ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a defender melhorias o sistema prisional do Brasil. Segundo ele, há “um déficit de vagas no sistema penitenciário de 200 mil vagas e há 400 mil mandados de prisão para serem cumpridos no país”. Cardozo aproveitou para lembrar aos que são favoráveis a redução da maioridade penal de 18 para 16 que a medida, se aprovada, não irá resolver o problema.
A plateia fez coro contra o projeto e pediu à presidenta Dilma Rousseff vetar a proposta.
Tanto o público presente, quanto os internautas puderam participar do evento. Foram feitas perguntas e apresentadas sugestões aos programas do governo federal. As respostas foram dadas pelos ministros de cada pasta. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, por exemplo, foi questionado sobre a dificuldade de acesso ao vale-cultura e a possibilidade de todos os trabalhadores receberem benefício.
“Estamos criando um observatório para acompanhar o funcionamento do acesso ao benefício. Acho que temos que ampliar o vale-cultura, especialmente para os professores, pois vai ajudar na qualificação deles”, afirmou.
Na área da saúde, o ministro da saúde, Arthur Chioro, ressaltou que “em Pernambuco, mais de 3 milhões passaram a ter acesso ao atendimento básico graças ao programa Mais Médicos”. Chioro enalteceu a importância do programa do governo federal e lembrou que “agora é possível começar o passo seguinte que é o Mais Especialidades”.
Chioro explicou que o programa vai facilitar o atendimento para os pacientes que necessitam realizar exames com especialistas. Será montada estrutura para as especialidades, com o objetivo de proporcionar “atendimento digno e de qualidade” as brasileiros.
A presidenta finalizou o discurso destacando que o desafio “é construir um país mais rico, com geração de empregos” .
“O povo brasileiro junto é capaz de mudar o Brasil. E eu tenho certeza que, daqui para frente, nós vamos superar nossas dificuldades, pegar o túnel, porque a chamada “luz do fim do túnel”, quem, como dizem em Minas Gerais, alumia, somos nós mesmos. Vamos alumiar a luz do fim do túnel, com a nossa esperança, com o nosso otimismo e com a nossa capacidade de construir um Brasil para todos”, disse.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias