Dilma: Não surpreende que tenham prendido quem pede o Fora Temer

A presidenta Dilma Rousseff afirmou durante o “Circo da Democracia”, em Curitiba, que não se surpreende com a proibição dos protestos “Fora Temer” nas Olimpíadas

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

A presidenta eleita Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira (8), durante o “Circo da Democracia”, em Curitiba, que não se surpreende com a proibição dos protestos “Fora Temer” nas Olimpíadas do Rio. Segundo ela, esta é uma das características dos golpes.

“Não surpreende que tenham prendido pessoas que pedem o ‘Fora Temer’. Começam a tentar impedir que as pessoas identifiquem o golpe como golpe. Estabelecem que é proibido falar em certos lugares, como proibiram no Maracanã”, disse.

Dilma ressaltou quem são os responsáveis pelo golpe: “a mídia oligopololista, uma parte da oposição ao meu governo, que foi sendo substituída pela parte mais fisiológica, mas nem por isso menos ávida – esta parte representa o governo provisório interino -, e toda uma parte do capital especulativo financeiro”. “Podem ter outros grupos, mas este é o núcleo duro do golpe”, reforçou.

No ato, a presidente ainda voltou a defender a realização de um plebiscito sobre antecipação das eleições, mas disse que tal medida só pode ser tomada por ela ao retomar o exercício do mandato.

Confira os principais trechos do discurso de Dilma:

“É fundamental que nós saibamos porque é um golpe. É fundamental que nós saibamos porque é uma golpe diferente daquele que nós vivemos. É um golpe parlamentar. Golpe porque não há crime de responsabilidade. É um golpe em todas as reações. Não há crime, há um julgamento político. Um julgamento político cabe no parlamentarismo. Mas no presidencialismo para pedir o impeachment tem que haver crime de responsabilidade”

“As características de um golpe é impedir que seja dito que é um golpe. Não me surpreende que nos últimos dias tem tenham prendido quem pede o Fora Temer. Esse golpe tem essas características de tentar impedir que as pessoas em público o identifiquem”

“É proibido falar em certos lugares. É importante que nós saibamos o responsáveis por isso. Parte dessa responsabilidade é da mídia oligopolista e a outra da oposição ao meu governo ”

“Esse governo que está ai, tentar aplicar no país um programa que nunca seria aplicado se tivesse sido levado às urnas. Quem de nós apoiaria uma PEC que congela os gastos na saúde por 20 anos? Quem aprovaria uma versão da CLT em que se flexibiliza uma jornada de trabalho que propõe reduzir as horas extras sem pagar sua integralidade. Projeto que adultera a concepção do “Minha Casa Minha Vida”. E o pato quem paga são os setores mais pobres do país”.

“Esse golpe trata-se de impedir e estancar a sangria. Como mesmo disse o senador Jucá . Estancar a sangria para que as investigações não cheguem as eles”.

“É fundamental que superemos a crise econômica. Temos todas a condições de superar através de um pacto nacional. Pacto entre todos os brasileiros, que não quer atribuir todo ônus das reformas para a classe média. Que eles mesmo reconhecem ser reformas impopulares. Não tem como ter hoje um pacto por cima. Para que as pessoas digam o que pensam e o que acham”.

“Defendo o apoio ao plebiscito que coloque duas questões. A questão da eleição direta presencial e uma reforma política. O pais hoje tem uma fragmentação partidária assustadora. Se continuar este regime vamos ter mais partidos antes que pisquemos os olhos. Ter 25 partidos é a mãe de um certo tipo de política nefasta. O pais precisa discutir isso. É fundamental que essa repactuação não seja feito por cima”.

“Hoje não dá mais para ignorar que a crise política comprometeu o país e que se não superarmos isso não vamos conseguir recuperar o país. Diante da crise quando quem não pode pagar é que tem menos. Sempre no Brasil foi assim. Eu tenho certeza que essa luta é uma luta justa. Eu acredito nisso. Resisto e luto e luto”.

Veja o discurso da presidenta eleita:


Da Brasil 247.

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