Dilma: Ninguém precisa concordar em tudo
Em evento ao lado de movimentos sociais no Rio Grande do Sul, a presidenta defendeu o ajuste fiscal, mas garantiu não prejudicar trabalhadores
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A presidenta Dilma Rousseff voltou a defender o diálogo, desta vez, com os movimentos sociais. Em visita ao Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira (20), para participar de um evento agropecuário na cidade de Eldorado, Dilma reforçou a necessidade do ajuste fiscal em curso e disse estar disposta a debater as propostas do Executivo.
“Ninguém tem que concordar com tudo. Queremos diálogos, sugestões e retorno sobre o que dá certo. Nada nasce pronto. Tudo é fruto do esforço”, afirmou a presidenta.
Segundo Dilma, o desequilíbrio nos cofres públicos é momentâneo e os resultados serão vistos a curto prazo. “Ajustar é dar vida. Estamos ajustando porque o Brasil tem que crescer”, justificou.
A presidenta ressaltou ainda a grande capacidade de recuperação da economia brasileira. “No passado, quando tínhamos qualquer crise, o Brasil quebrava, não tinha dinheiro para pagar as contas”, disse. Segundo ela, hoje o País possui US$ 375 bilhões em reservas.
Movimentos sociais – Dilma participou inauguração da uma unidade de secagem e armazenagem de grãos da Cooperativa dos Trabalhadores Assentados da Região de Porto Alegre (Cootap) e acompanhou a abertura simbólica da Colheita do Arroz Ecológico em outro assentamento na região.
Na ocasião, o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), João Pedro Stédile, reforçou a fala da presidenta Dilma sobre a necessidade de mais diálogo entre o governo e os movimentos sociais.
Stédile disse concordar com a necessidade de ajuste fiscal, mas pediu que as medidas do governo para recuperar a economia não prejudiquem os trabalhadores. “Os ministros da senhora têm que ser mais humildes. Humilde para ouvir o povo, para saber quais são as propostas do povo”, pontuou.
A presidenta garantiu que não irá acabar com programas sociais que beneficiam os sem-terra, como o Minha Casa, Minha Vida rural.
Parte da solução apontada pelo líder do MST é taxar fortunas e a volta da CPMF. “Quem tem que pagar a conta não são os trabalhadores. São os ricos e os milionários”, defendeu.
Da Redação da Agência PT de Notícias