Dilma: Plano de concessões é virada de página para retomada do crescimento
Governo lançou nesta terça programa de R$ 198,4 bi para alavancar economia e emprego. Com financiamento do BNDES e mercado de capitais, Brasil vê na estabilidade regulatória e esforço coletivo a porta de entrada para novo ciclo de crescimento
Publicado em
Com quase uma hora e meia de apresentação, iniciada pelo ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, com o reforço do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e fechamento da presidenta Dilma Rousseff, o governo federal anunciou, na manhã desta terça-feira (9), a segunda etapa do cronograma de concessões de rodovias, aeroportos, ferrovias e portos à iniciativa privada.
Para Dilma, o lançamento do novo plano marca uma “virada de página” para a retomada do crescimento brasileiro. “Estamos iniciando progressiva virada de página, virada gradual e realista para mostrar que, se são grandes as dificuldades, maiores são a energia e a disposição do povo e do governo de fazer nosso país seguir em frente”, disse.
O programa vai atrair investimentos no valor de R$ 198,4 bilhões em outorgas de concessões para construção, ampliação e duplicação de estradas, terminais de passageiros e cargas em aeroportos, ferrovias e portos.
“Hoje é um dia muito importante: vamos renovar o compromisso com o desenvolvimento do Brasil”, definiu Dilma, ao proclamar o anúncio oficial das medidas. O anúncio atraiu maciça presença e atenção de diplomatas de vários países, empresários, investidores, políticos e mídia à cerimônia realizada no Palácio do Planalto.
O objetivo dos projetos selecionados é melhorar a eficiência logística do país e aumentar a competitividade nacional na produção industrial e do agronegócio, além de assegurar padrões internacionais de conforto e segurança para estímulo ao turismo e à oferta de produtos aos parceiros comerciais, sejam eles do mercado interno ou em todos os continentes.
Uma ferrovia bioceânica vai ligar o Atlântico ao Pacífico, tornando mais acessível e barato exportar para o Oriente, onde países com grande potencial de consumo, como China, Índia e Japão, poderão ampliar os negócios com o Brasil. O governo chinês manifestou prévio interesse nesse empreendimento.
A ideia do governo é que o círculo virtuoso proposto pelo pacote permita desdobramentos positivos em todos os segmentos sociais e econômicos, com melhoria na distribuição de renda e ampliação da geração de empregos.
O financiamento desses investimentos, com maturação de longo prazo, sairá do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do lançamento de debêntures pelo mercado de capitais.
Batizado como Programa de Investimentos em Logística 2015-2018 (PIL 2), em prosseguimento ao projeto iniciado em 2012, o governo pretende garantir investimentos de pelo menos R$ 69,2 bilhões no segundo mandato da presidenta (até 2018).
Mais que isso, o ministro Barbosa anunciou que a intenção do governo é trabalhar para colocar em andamento todas as iniciativas detalhadas no lançamento de hoje, no valor de mais quase R$ 120 bilhões, dentro de três anos e meio.
Os investimentos diretos vão financiar projetos em 20 estados brasileiros e 130 municípios. A seleção e escolha dos mais atrativos, que formam o PIL 2, teve a participação de governadores, prefeitos, empresários, ministérios e secretarias setoriais que lidam com a infraestrutura nacional, como Transportes, Aviação Civil e Portos.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias