Dilma: “Sabem que não podem nos dar tempo porque sempre sobrevivemos”
Para a presidenta eleita, que abriu a reunião do Diretório Nacional, é preciso dialogar com a sociedade e divulgar a injustiça do processo contra Lula
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A presidenta eleita Dilma Rousseff abriu na manhã desta sexta-feira (15), em São Paulo, reunião do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores em que estavam presentes parlamentares, dirigentes e demais membros do DN.
Marcada para o mesmo dia em serão lançados os Comitês Populares em Defesa da Democracia e do Direito de Lula ser Candidato à Presidência da República, a reunião da manhã debateu o processo jurídico sem transparência ou garantia de julgamento justo contra o ex-presidente Lula, além dos principais pontos do julgamento.
Dilma iniciou sua fala ressaltando que não há crime contra Lula, uma vez que não há atos de ofício assinados pelo ex-presidente, que nunca tomou uma decisão sequer que tivesse como contrapartida um benefício próprio.
“O próprio juiz reconhece que não há ato de ofício. A segunda parte da acusação é a tal da vantagem. Qual é a vantagem de que acusam o presidente Lula? Para ser dono do triplex tinha que ter registrado em cartório, tinha que ter posse, mas ele nunca usufruiu do referido triplex.”
Tanto no processo que levou à retirada da presidenta eleita como agora, fica claro que o que está sendo sistematicamente em julgamento é o fato de ambos terem sido presidentes da República com os programas de governo que executaram. “É a mesma coisa que contra mim”, diz.
Também em ambos os casos, compara, trata-se de um processo político baseado em aspectos jurídicos que precisam ser bem compreendidos e divulgados entre a militância e o povo brasileiro.
“Agora, trata-se de tirar o presidente Lula da disputa eleitoral, e aí o centro da questão passa a ser o uso dessa nova arma legal. Temos de discutir tanto a condenação jurídica quanto a política. Temos de entender que se trata de uma injustiça, de uma perseguição política.”
Dilma lembrou que, nos regimes ditatoriais, está prevista a perseguição de opositores políticos. Assim sendo, defende, é fundamental que nós denunciemos a injustiça e a perseguição feita contra Lula, contra os que defendem seu projeto de governo e contra o Partido dos Trabalhadores.
“Adiantaram o julgamento para o dia 24 de janeiro porque sabem que não podem errar conosco. E eles sempre erraram conosco. Eles sabem que não podem nos dar tempo, porque nós sempre conseguimos sobreviver às adversidades. Em 2006, talvez vocês não se lembrem, eles apostaram que a gente ia ficar sangrando, que morreríamos sangrando, e descobriram que a gente não morreu”, lembrou.
“Após o golpe, esperavam que estivéssemos destruídos, que o Lula estivesse destruído, que vocês não pudessem colocar a cabeça para fora. Mas o que identificamos é que o ex-presidente hoje detém a liderança nas pesquisas”, afirmou.
A história do PT, lembra, sempre foi marcada pela resistência às adversidades, pela luta incansável em defesa do Brasil e do povo brasileiro. “O PT sempre demonstrou imensa capacidade de mobilização, de diálogo com a sociedade. É fundamental a gente discutir a questão do julgamento, a defesa do ex-presidente Lula. Não basta dizer que vamos ganhar, temos que explicar para as pessoas que é uma injustiça, que não tem crime, que não tem ato de ofício”, convocou.
Da Redação da Agência PT de Notícias