Doleiro desmontou tese sobre desvios dos fundos de pensão, avalia Verri
Durante depoimento da CPI dos Fundos de Pensão, Alberto Youssef disse que nunca realizou qualquer operação, qualquer negócio com os fundos de pensão federais
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O doleiro Alberto Youssef, um dos delatores da Operação Lava Jato, afirmou nesta terça-feira (27), na CPI dos Fundos de Pensão, que nunca realizou qualquer operação, qualquer negócio com os fundos de pensão federais.
“Não fiz nenhum negócios com Petrus, Postalis, Previ ou Funcef. As operações concretizadas que citei nos termos da minha colaboração premiada foram com previdências estaduais e municipais”, afirmou o doleiro diversas vezes, respondendo a perguntas semelhantes de vários parlamentares.
Na avaliação do deputado Enio Verri (PT-PR), titular da comissão, o depoimento “firme e contundente”, de Alberto Youssef, desmonta as tentativas dos parlamentares de oposição de ligar os prejuízos dos fundos de pensão ao esquema de desvios da Petrobras. “Ficou muito claro também que o doleiro, pelas suas afirmações, nunca fez qualquer operação que envolvesse desvios dos fundos de pensão para atender interesses partidários”, afirmou.
Enio Verri destacou a parte do depoimento do doleiro na qual ele admite que a sua empresa realizou, de fato, operações incorretas com previdências municipais e estaduais no fundo Viagens Brasil, da empresa Marsans. “Ele admite essas ilegalidades, por exemplo, em prefeituras do estado do Tocantins e em Cubatão, mas é firme em assegurar que não concretizou qualquer negócio com os quatro fundos de pensão federais, alvos da investigação desta comissão”, ressaltou.
Alberto Youssef confirmou aos deputados que esteve na Funcef para apresentar debêntures da sua empresa há dois anos. “Mas o negócio não se concretizou, mesmo com o oferecimento de garantia de 100% de retorno dos investimentos”, afirmou. Ele disse ainda que a sua empresa também tentou, sem sucesso, vender debêntures para a Postalis.
A CPI também ouviu nesta terça-feira o advogado Carlos Alberto Pereira da Costa.
Por Vânia Rodrigues, do PT na Câmara