É preciso ampliar as conquistas socias, diz Dilma a chefes de estado
Para a presidenta, a Cúpula ofereceu grande oportunidade para que as Américas convivam de forma amistosa
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Em discurso proferido em reunião da 7ª Cúpula das Américas, a presidenta Dilma Rousseff enalteceu a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, neste sábado (11), pediu o fim do embargo econômico, que dura mais de meio século e enfatizou a necessidade de se garantir ambiente para a preservação das conquistas sociais das populações das Américas.
“Essas conquistas sociais são uma demonstração do vigor democrático e da capacidade de mobilização de nossas sociedades. É preciso preservar e ampliar essas conquista”, completou.
Para a presidenta Dilma, esta Cúpula inaugura uma nova era nas relações hemisféricas em que os países poderão conviver com diferentes visões de mundo, sem receitas rígidas ou imposições.
“Estamos seguros que outros passos serão dados, como o fim do anacrônico embargo que vitima o povo cubano que enfraquece o sistema interamericano. A partir disso, continuaremos construindo as linhas que pautarão nosso futuro”, disse.
“É nossa responsabilidade fazer deste século um período de paz e de desenvolvimento para todos”, completou.
Desigualdades – Dilma Rousseff pediu para que os países não fechem os olhos para as desigualdades que ainda afetam, em diferentes graus, todos os países do hemisfério.
“Desde a Cúpula de Miami, em 1994, nossos avanços econômicos, sociais e políticos foram notáveis. Em meu país, erradicamos a fome, objetivo que parecia inatingível”, lembrou.
“Essas conquistas sociais são uma demonstração do vigor democrático e da capacidade de mobilização de nossas sociedades. É preciso preservar e ampliar essas conquista”, completou.
A concentração de renda e de riqueza, lembrou, ainda ameaça a coesão social e o desenvolvimento das economias. Esse fenômeno não passa despercebido por uma sociedade mais esclarecida e exigente.
“Essa disparidade é ainda maior quando analisada sob os prismas de gênero e raça, em especial no acesso à educação, à renda e ao poder. Combater a desigualdade em todas as suas manifestações é o maior desafio das Américas e do mundo no século XXI”, explicou.
A presidenta Dilma ressaltou a necessidade de crescimento econômico contínuo para assegurar a sustentabilidade da inclusão social. Para isso, segundo ela, é necessário estimular uma verdadeira cultura e prática da integração.
“A integração comercial e de cadeias produtivas é um dos mecanismos capazes de assegurar que em todos os momentos e, em especial diante de problemas ou crises, possamos sustentar o desenvolvimento”, ressaltou.
Fim dos conflitos –Dilma elogiou o esforço e a coragem dos colombianos e do presidente Juan Manuel Santos, em tentar pôr fim à violência que, por décadas, assola o país. Para ela, a paz negociada é, hoje, um precedente para a região e para o mundo.
“Esperamos comemorar, em breve, o fim do mais longo conflito interno nas Américas. O bom momento das relações hemisféricas já não admite medidas unilaterais e políticas de isolamento, em geral contraproducentes e ineficazes”, disse.
Diante da necessidade de que os países tenham uma relação amistosa a presidenta reforçou que por isso o Brasil rechaça a adoção de sanções contra a Venezuela. “O atual quadro nesse país irmão pede moderação e aproximação de posições de todas as partes”, acrescentou.
A presidenta falou ainda sobre assegurar o direito à segurança para o povo das Américas, tendo atenção para as diferentes causas e consequências da violência. Para ela, “os grupos vulneráveis como as mulheres, os jovens, especialmente os negros e as pessoas discriminadas por sua orientação sexual e identidade de gênero” devem receber atenção especial em relação a violência.
Por Danielle Cambraia, da Agência PT de Notícias