Economista de Aécio discorda sobre cortar ministérios
Tucano quer manter 23 ministérios, caso eleito, sem nunca explicar quais seriam eliminados e com qual efeito nas contas públicas
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Um dos principais assessores econômicos de Aécio Neves, o economista Mansueto Almeida, desmontou o discurso que o candidato tucano vem pregando em todas as entrevistas e atos públicos da campanha: o de reduzir os ministérios a 23 pastas. Hoje são 39.
“Escuto isso de amigos meus”, escreveu Almeida em seu blog (Veja em http://bit.ly/1lwleOv). “Infelizmente, o mundo nem sempre funciona de acordo com a nossa percepção”.
Para Almeida, “a ideia de que o aumento do número de ministérios é o grande responsável por um aumento excepcional do gasto é uma falácia”. Ele comprova que a expansão no gasto público, desde 2003, se deu por outros motivos, como ampliação do orçamento em Saúde e Educação, e não pela quantidade de pastas criadas desde então.
O economista afirma que o ganho com economia fiscal, ao excluir algumas pastas, seria muito pequeno no total da despesa do governo federal. “Alguém quer apostar comigo? eu topo colocar $$ nesta aposta”, ironiza o economista, em texto publicado em junho de 2013.
Vale lembrar que a redução no número de ministérios não implicaria, por exemplo, na diminuição da quantidade dos servidores públicos. Os funcionários de carreira não podem ser demitidos e, desta forma, seriam incorporados a outros órgãos.
Além disso, as políticas públicas executadas por ministérios cortados não deixariam de ser executadas, mas sim passariam a ser de responsabilidade de outros órgãos.
O economista mostra que Saúde e Educação movimentam cerca de 9% do PIB em consumo estatal, sendo que a maior parte dos recursos são custeio, isso é, os gastos com salários ou medicamentos e outros materiais que estão diretamente relacionados à prestação do serviço público.
Ele questiona se os resultados desse gasto são válidos, mas discorda que seria indolor cortar os gastos como se estivesse cortando apenas verba de gabinete.
O discurso de Aécio é uma variação do já conhecido “choque de gestão”, um dos jargões preferidos dos tucanos que significa basicamente: “só está faltando alguém como nós no poder”.
Esse raciocínio também é criticado por Almeida: “A ideia que podemos contratar um SUPER administrador que vai solucionar o problema do gasto público no Brasil é equivocada”.
Por Mariana Zoccoli, da Agência PT de Notícias