Eduardo Bolsonaro abre empresa nos EUA com conhecido criador de fake news
O deputado e filho de Jair Bolsonaro é agora sócio de Paulo Generoso, homem que espalhou mentiras sobre urnas, apoiou a tentativa de golpe do 8 de janeiro e foi investigado pelas CPIs da Covid e das Fake News
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A família Bolsonaro não se emenda mesmo. Em março passado, menos de cinco meses depois de Jair Bolsonaro perder as eleições para Lula, um de seus filhos, Eduardo, abriu uma empresa nos Estados Unidos com um conhecido criador de fake news e incentivador dos ataques golpistas de 8 de janeiro.
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Documento obtido pelos sites UOL e Agência Pública comprova que a Braz Global Holding LLC foi aberta em 18 de março no Texas, tendo como sócios o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP); André Porciúncula, ex-assessor do Ministério da Cultura no governo Bolsonaro; e o influenciador de extrema direita Paulo Generoso.
Este último é um dos criadores da página no Facebook Movimento República de Curitiba e tem um longo histórico de mentiras. A Agência Pública levantou a ficha do sujeito. No começo da pandemia, ele convocou carreatas para furar o isolamento social e, por meio de sua página, sem prova alguma, acusou o governo de São Paulo de registrar mais mortes por Covid-19 do que o número real.
Segundo a CPI da Covid, o movimento divulgou “informações falsas sobre tratamento precoce, lockdown e contra a vacina”. E a CPMI das Fake News considerou a página um dos “principais veiculadores de desinformação acerca da Covid-19”.
Tá tudo ligado! Filho de Bolsonaro, capitão do golpe, tem empresa nos EUA em sociedade com Paulo Generoso, apoiador dos atos golpistas do 8 de janeiro. Essa turba das fake news e dos atentados à democracia só anda junto e assim vai aparecendo quem tem culpa no cartório.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) May 26, 2023
Apoio ao golpe
Além disso, a página defendeu, no ano passado, atos golpistas e compartilhou notícias falsas sobre as urnas eletrônicas. E, em dezembro passado, Paulo Generoso sugeriu que as eleições foram fraudadas, logo, qualquer ação contra a democracia seria, segundo ele, “um contragolpe”.
O documento de criação da empresa não deixa claro qual é a área de atuação. E Eduardo Bolsonaro, ao ser questionado por uma das autoras da reportagem, se recusou a dar explicações. Mas, como ressaltou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, boa coisa não deve ser.
“Tá tudo ligado! Filho de Bolsonaro, capitão do golpe, tem empresa nos EUA em sociedade com Paulo Generoso, apoiador dos atos golpistas do 8 de janeiro. Essa turba das fake news e dos atentados à democracia só anda junto e assim vai aparecendo quem tem culpa no cartório”, escreveu Gleisi no Twitter.
Da Redação