Efeito Lula: alimentos têm a menor pressão na inflação em 45 meses em SP

Taxa teve queda de 0,80% em junho, segundo a Fipe, que considera um reflexo do aumento da oferta de produtos no campo

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Ações do governo Lula, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), ampliam a oferta de alimentos e contribuem para reduzir os preços

Os alimentos mantêm tendência de queda e registraram, em junho, a maior redução de preço em 45 meses no município de São Paulo. No mês passado, tiveram deflação de 0,80%, o que inibiu uma evolução da taxa média de inflação. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a inflação média em junho ficou praticamente estável na cidade, com recuo de 0,03%.

A notícia, publicada originalmente pelo jornal Folha de S. Paulo, informa que a queda nos preços dos alimentos nos supermercados reflete o que ocorre no campo. Com maior oferta de produtos e, até então, sem a ocorrência de efeitos climáticos severos, como em 2021 e em 2022, os preços de boa parte dos produtos estão em queda.

A ampliação do acesso dos brasileiros aos alimentos, sobretudo os mais carentes, é uma realidade perseguida pelo governo do presidente Lula, cujas várias ações nesse sentido resultaram na redução dos preços da comida.

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Entre as medidas está o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), relançado em março por Lula com o objetivo de ampliar o acesso à alimentação saudável e incentivar a produção local, promovendo o desenvolvimento econômico e social das comunidades rurais. A iniciativa é de responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome.

As novidades do PAA incluem o aumento no valor individual que pode ser comercializado pelos agricultores familiares, de R$ 12 mil para R$ 15 mil, nas modalidades Doação Simultânea, Formação de Estoques e Compra Direta.

Além disso, o presidente Lula anunciou, em junho, o Plano Safra 2023/2024, o maior da história do país, com recursos da ordem de R$ 364,22 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional de médios e grandes produtores rurais. Os valores se destinam ao crédito rural tanto para produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) quanto para os demais e representam um aumento de 27% em relação ao financiamento do ano passado, de R$ 287,16 bilhões.

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No mesmo mês, o presidente lançou o Plano Safra da Agricultura Familiar, que destina, para a safra 2023/2024, um total de R$ 71,6 bilhões de crédito rural por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Trata-se do maior valor já destinado na série histórica, sendo 34% superior ao anunciado na safra passada.

Essas iniciativas já começam a surtir efeito. Segundo o IBGE, o grupo “Alimentação e bebidas” tem sido o principal responsável pelas sucessivas quedas da inflação, tendo passado de uma alta de 0,71% em abril para 0,16% em maio.

Commodities

Segundo a Fipe, além de uma melhora na oferta interna, os preços praticados dentro da porteira refletem a desaceleração mundial das commodities. A produção internacional de grãos melhorou, e os estoques estão sendo repostos, o que tem provocado uma queda nos preços internacionais.

A retração interna dos preços se espalha por quase todos os segmentos da alimentação. Das 20 maiores pressões de queda na taxa de inflação, 16 são da agropecuária.

O comportamento dos preços dos alimentos neste período do ano difere do que ocorre nos anteriores, quando a tendência era de alta. Em junho do ano passado, a inflação dos alimentos teve aceleração de 0,93%

Os alimentos, um dos principais fatores de pressão nos últimos quatro anos, quando acumularam alta de 30% em São Paulo, registram evolução de apenas 1,35% no primeiro semestre deste ano. A inflação geral é de 2,1%, segundo a pesquisa da Fipe.

Comida no prato do povo

As principais quedas do mês favorecem os consumidores de menor renda, uma vez que ocorreram em feijão, frango, leite e tomate. O arroz e o pãozinho, no entanto, estão na outra ponta, ainda apresentando alta.

Oferta menor do produto faz com que os consumidores paulistanos paguem 7,5% a mais pelo arroz no acumulado dos seis primeiros meses. Já o pãozinho ainda sofre os efeitos da pressão do trigo no mercado internacional, embora essa já seja menor.

A carne, grande fator de pressão nos anos anteriores, devido às exportações e preços internacionais aquecidos, mudou de tendência. No primeiro semestre deste ano, a bovina teve retração de 6,6%; a de frango, de 14,3%, e a suína, de 4,6%.

No caso da carne bovina, todos os 14 cortes relacionados na lista de pesquisa da Fipe mostraram queda de preços em junho, comportamento que é repetido no acumulado do ano.

Neste semestre, a costela de boi tem retração de 5,6% no preço, e o filé mignon, de 6%. A picanha, que ficou 1,2% mais barata no mês passado, acumula queda de 5,7% de janeiro a junho.

Principal alta de preços de 2019 a 2022, quando havia acumulado elevação de 164% para os consumidores, devido à forte demanda externa pela soja brasileira, o óleo de soja vem contribuindo há vários meses para uma contenção da taxa inflacionária. Neste ano, os preços já caíram 24% nas prateleiras de supermercados.

A pressão diminui também sobre outros alimentos básicos, como fubá e farinha de milho, mas continua em ovos, que teve reajuste de 23% no ano.

Da Redação

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