Em apenas 10 dias, Bolsonaro conseguiu promover estragos no país

Metralhadora verbal e ‘caneladas’ provam incompetência, prejudicam a imagem do país e frustram os brasileiros desde já. Sem contar os corruptos a sua volta…

Reprodução/Lula.com.br

Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro só vai receber a faixa em janeiro, mas o movimento de transição já provoca alguns prejuízos ao país. Eleito sem participar de nenhum debate, ele parece desorientado e passa longe da promessa de governar para todos.

A metralhadora verbal, o disse-me-disse e a guerra de versões aumenta o clima de desconfiança sobre sua capacidade de governar. Mesmo que não se concretizem, essas ‘caneladas’ frustram eleitores (já são vários os arrependidos), atrapalham negócios e prejudicam a imagem do Brasil lá fora.

A conta do ‘cheque em branco’ já chegou.

Trabalho

Bolsonaro confirmou nesta quarta (7) que vai extinguir o Ministério do Trabalho. A pasta criada há 88 anos, segundo ele, será incorporada a pasta em “algum ministério” – logo quando o Brasil tem 13,5 milhões de desempregados. Ele também mostrou disposição em falsear os dados do IBGE.

(In)Justiça e corrupção

A dobradinha BolsoMoro teve péssima repercussão e jogou a pá de cal no que restava de credibilidade do juiz que – finalmente – tirou a toga para fazer política. Já aos amigos do novo governo, tudo deve continuar como antes.

A promessas de governar “sem indicações políticas” também já faz água. Vários dos escolhidos de Bolsonaro para a transição são velhas raposas enlameadas em denúncias de crimes. O mesmo vale para os novatos.

Economia e Previdência

Paulo Guedes quer adotar o regime de capitalização – que levou ao suicídio de milhares de idosos no Chile. Por lá, só metade dos aposentados recebe algum dinheiro na velhice.

Além disso, o tema é motivo de bate-cabeça entre ele e Bolsonaro.  E marca a primeira rachadura na relação do futuro presidente com o Congresso.

  • Bolsonaro diz que ainda não está “convencido” de que esse é o melhor modelo.
  • O preocupa o mercado financeiro que comprou no verniz “liberal” da campanha
  • De outro lado, pressionam que os deputados votem logo a Reforma da Previdência proposta por Temer.
  • Guedes prometeu uma “prensa” no Congresso pela aprovação antes da posse. Ele contornou dizendo que era só “convencimento”.

Liberdade de Imprensa

Ao contrário do que previam os mais otimistas, Bolsonaro não baixou o tom depois da eleição – nem com a imprensa. Um de seus alvos preferidos são veículos como a Folha de S. Paulo, que revelou a indústria de mentiras bancada por caixa 2 no WhatsApp.

Não é assim com todo mundo. As aparições de Bolsonaro na Band, na Record e no SBT têm clima de torcida.

Relações exteriores

Questionado pelo jornal argentino Clarín, Paulo Guedes foi grosseiro ao dizer que o Mercosul “não era prioridade”. A declaração já prejudica o país, uma vez que bloco é essencial para a economia brasileira e as relações no continente:

Outro país alvo de declarações desastrosas e ameaças por parte de Bolsonaro é a China:

Noutra prova de incompetência diplomática está o plano de mudar a embaixada brasileira em Israel para a cidade de Jerusalém, alvo de disputa entre israelenses e palestinos.

Ele alardeou a provocação nas redes sociais… mas recuou quando o mundo árabe reagiu. As consequências foram nefastas:

  • como resposta, o Egito adiou uma reunião com Aloysio Nunes no país. Não há previsão de remarcar.
  • VINTE empresários que já estavam por lá voltaram de mãos abanando.
  • O Egito é um dos grandes compradores de carne e frango do Brasil. Só no ano passado, esse comércio rendeu US$3,2 bilhões ao país.
  • Já a relação comercial com Israel é bem menos expressiva: 500 milhões de dólares.

Agricultura e Meio Ambiente

Logo após as eleições, Bolsonaro confirmou as promessas de fundir o Ministério da Agricultura com o do Meio Ambiente. Ele voltou atrás depois de uma saraivada de críticas, até mesmo dos ruralistas.

  • O motivo? Respeitar o meio ambiente é exigência de muitos clientes internacionais do País.
  • Até Blairo Maggi, ex-ministro da Agricultura e maior produtor de soja do mundo, pressionou para que o novo governo desista da ideia.
  • Além disso, a maior parte do trabalho do MMA envolve regulação em energia, indústria e infraestrutura.

O Ministério da Agricultura será chefiado por Tereza Cristina (DEM-MS), chefe da bancada ruralista no Congresso. Além da “velha política”, a nomeação representa o desprezo do governo Bolsonaro com a saúde do povo e o meio ambiente

  • Em 2014, a campanha dela recebeu mais de R$ 4 milhões de empresas e figurões ligados ao agronegócio
  • Como deputada,  votou SIM à MP da Grilagem e para acabar com o aviso nos alimentos transgênicos.
  • Ministra, ela já afirmou que dará “muito espaço” ao afrouxamento das leis anti-veneno

E disseram que Bolsonaro ia acabar com a corrupção e salvar o Brasil…

Da Redação Agência PT de Notícias

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