Em caminhada, Pont ouve moradores de Porto Alegre sobre segurança

O candidato Raul Pont (PT) conversou com moradores do Parque dos Maias, na zona norte da capital gaúcha. Cidade vive escalada de violência

Raul Pont no Parque dos Maias

Não havia como fugir: em meio a escalada de violência na capital gaúcha, a segurança foi o tema mais comentado durante a caminhada com o candidato a prefeito Raul Pont, no Parque dos Maias, na zona norte de Porto Alegre (RS)  O ex-governador do Rio Grande do Sul Olívio Dutra (PT) também participou do ato neste sábado (27).

Na última quinta-feira (25), o secretário de segurança pública Wantuir Jacini deixou o governo após o assassinato de uma mãe que deixava seu filho na escola. O homicídio tornou-se símbolo do descontrole da violência no Estado, governado por José Ivo Sartori (PMDB)

Durante a caminhada, vários moradores afirmaram que o bairro convive com assassinatos diários. “Vivemos uma época dura. Aqui é uma morte por dia. Um crime contra a humanidade. E quem está por baixo sofre mais”, afirma o morador Renato. A moradora Rose também apontou que a segurança é o principal problema do bairro.

O governo do presidente golpista Michel Temer (PMDB) enviou um contigente das Forças de Segurança para a capital. Mas para a administradora de empresas Melisa isso não resolverá o problema. “Vão matar nossos meninos e meninas?”, questionou.

”Nós temos que ter esse olhar com muito mais cuidado. Quem pratica a violência muitas vezes está clamando por algo que precisa. De emprego, de lazer, esporte, de cursos, de locais para trabalho”, afirma.

“Estamos precisando de gestores com este olhar. A violência é um grito, uma necessidade. Não é com mais violência que isso vai acabar”, diz ela.

Raul parou de comércio em comércio durante toda a tarde e ouviu os moradores e comerciantes locais um a um. Segundo relatos, os assaltos também são frequentes, e os moradores não tem a quem recorrer.

Nas propostas de Raul Pont, a violência é tratada de maneira horizontal. Apesar de ser uma responsabilidade do Estado, o município pode ajudar com mais iluminação, escolas, espaços de lazer e cultura, unidades de saúde. Raul também quer recuperar e centralizar o sistema de vigilância eletrônica e ampliar a atuação da Guarda Municipal.

História de luta

O Parque dos Maias é fruto de uma intensa luta pelo direito à moradia. Na década de 1980, uma empresa foi contratada para construir os conjuntos de moradia no bairro com financiamento do BNDES. Mas antes do término da construção, a empresa faliu, deixando esqueletos incompletos de edifícios.

Os moradores ocuparam e criaram uma cooperativa para terminar as unidades que precisavam de mais obras. O problema foi que dez anos depois, a empresa entrou na justiça pedindo a posse das unidades que ela própria havia abandonado. Os moradores resistiram, e não saíram de suas casas.

Graças à mobilização, os moradores conseguiram negociar sua permanência no local. Uma parte comprou suas casas e quem não tinha condições foi transferida para uma outra urbanização construída na região pelo poder público.

Por Clara Roman, da Agência PT de Notícias

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast