Falta d’água corta 3 mil empregos paulistas e mineiros, diz Fiesp

Diretor da Fiesp diz que a falta de planejamento dos governos do PSDB pune as indústrias de 50 cidades

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A indústria está sendo punida”, diz Eduardo San Martin, diretor de Meio Ambiente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp e Ciesp). “Quase três mil postos de trabalho deixaram de existir”, diz ele, durante o seminário “Gerenciando a Escassez de Água na Indústria”, realizado na Regional das entidades em Campinas, na manhã de quinta-feira (17).

Para San Martin, a falta d’água foi provocada pelos sucessivos governos do PSDB em São Paulo. “O que nos entristece é que, há dez anos, aquele que administra os reservatórios de água de toda essa região do Estado já sabia que deveria ter sido feito alguma coisa e não fez”, criticou.

“Não é surpresa, não é uma seca desenfreada. Estamos vivendo o problema há mais de 10 anos”, diz o presidente da do Ciesp, Rafael Cervone, que disse que o tema será central no debate dos candidatos a governador com a entidade. “Estamos comprometendo o nosso futuro. Não podemos aceitar que sejamos vítimas de algo que já se sabia que iria acontecer”, diz Cervone, também no seminário em Campinas.

 

Produção baixa – A escassez de água já tem afetado a atividade industrial na região das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), que reúne cerca de 50 municípios paulistas e quatro de Minas Gerais.

Segundo San Martin, há empresas que eliminaram um turno de produção e outras deixam de se instalar porque não recebem licenças para captar água. “Isso sem falar daquelas que não conseguem ampliar as suas atividades”, diz San Martin.

Uma pesquisa da Fiesp com 413 indústrias mostra que 67,6% delas temem a falta d’água. Das indústrias ouvidas, 62,2% indicaram que a produção pode ser prejudicada, mas não precisa ser interrompida em caso de racionamento. Para 11,9%, a produção é paralisada apenas no momento da interrupção e retomada em seguida.

A íntegra da pesquisa está no site da Fiesp.

Para 2,2% das empresas, um eventual racionamento acarreta em grandes perdas, pois todo material momentaneamente processado seria perdido. “Essa pesquisa nos mostra que 75% das indústrias de grande porte estão preocupadíssimas”, destacou San Martin. Em 2008, as indústrias dessas bacias hidrográficas tinham autorização para captar 14,31 metros cúbicos por segundo e que esse volume caiu quase pela metade.

As empresas de grande porte foram as que mais indicaram impacto sobre o faturamento: “forte impacto” para 29,5% das grandes ante 17,9% das pequenas e 14,3% das médias.

Das empresas de grande porte, 13,6% afirmam que teriam que paralisar a produção durante a interrupção, ante 12,2% das pequenas e 10,7% das médias. E 11,4% das empresas de grande porte explicam que, além de interromper a produção durante o corte do fornecimento, a retomada não ocorreria logo em seguida, demorando bastante tempo.

Das empresas que participaram da pesquisa, 54,5% não possuem uma fonte alternativa de água, enquanto 21,8% possuem e são capazes de manter a produção durante eventuais interrupções, enquanto 20,8% não dependem do sistema de de abastecimento de água.

O levantamento foi feito entre os dias 12 e 26 de maio com 229 empresas de micro e pequeno porte (até 99 empregados), 140 de médio porte (de 100 a 499 empregados) e 44 de grande porte (500 ou mais empregados).

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do site da Fiesp

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