Falta d’água e trensalão foram temas centrais do debate na Globo em SP
Alckmin nega falta de água em São Paulo e diz que empresas doadoras de sua campanha não estão envolvidas em cartel
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O governador e candidato à reeleição em São Paulo, Geraldo Alckmin, negou que vai acabar a água em São Paulo e continuou atribuindo a crise hídrica que atinge o estado às condições climáticas. O problema de gestão da água foi o principal tema abordado, durante o debate desta terça-feira (29), na Rede Globo. O recebimento de doações para a campanha do tucano vindas de empresas envolvidas no esquema do cartel de trens também foi usado contra o candidato.
No primeiro bloco do debate, o candidato petista, Alexandre Padilha afirmou que milhões de paulistas, se forem até a torneira, não encontrariam água. Segundo ele, isso acontece porque não foram feitas as obras previstas na outorga de concessão do Cantareira, datada de 2004. “Essa questão da água é uma prova da perversidade do governo do PSDB. Há dez anos, Alckmin foi alertado de que precisava fazer obras e nenhuma saiu do papel”, disse.
Em defesa, Alckmin garantiu que não vai faltar água e que a Sabesp é uma estatal, cujo dono é o povo. Ele negou que não tenha feito obras, disse que a concessionária investiu R$ 9,3 bilhões e ainda elogiou a estatal: “a Sabesp é uma grande empresa”. O tucano disse ainda que dispõe de reserva técnica, que nem precisará ser utilizada, contrariando o que tem sido feito pelo seu governo.
Devido à estimativa de que a primeira cota do volume morto do Sistema Cantareira termine no dia 27 de outubro, o governo estadual iniciou as obras de captação da segunda cota, que vai bombear as águas do Rio Jaguarí e Jacareí. A Sabesp apenas aguarda a autorização da Agência Nacional de Águas, para captar mais esses 100 bilhões de litros de água.
Cartel – Questionado sobre as doações das empreiteiras CR Almeida, Queiroz Galvão e OAS para a sua campanha, já que as três são alvos de investigação sobre formação de cartel e fraude em licitações de obras do metrô, Alckmin disse que a acusação era mentirosa e que nenhuma das três citadas consta na lista de investigação. De acordo com relatório parcial do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), as empresas doaram cerca de R$5 milhões para a campanha do tucano.
Sobre o projeto tucano de 2011, barrado por decisão judicial, que destinaria até 25% dos leitos da rede pública para atendimento de clientes de planos de saúde, Alckmin se defendeu dizendo que criou mais de 2 mil leitos em seu mandato.Segundo Padilha retrucou que, embora os leitos tenham sido criados, não há médicos para tender a população.
Por Camila Denes, da Agência PT de Notícias