FGV: 7 em cada 10 jovens superam pobreza e deixam Bolsa Família

Estudo inédito lançado nesta 6ª (5) derruba mito da dependência: 71% saíram do programa em uma década, impulsionados por educação e emprego formal

Roberta Aline (MDS)

Pesquisa do MDS mostra que jovens beneficiados do Bolsa Família conseguiram conquistar autonomia financeira.

Dados de um estudo inédito da Fundação Getulio Vargas (FGV), apresentados nesta sexta-feira (5), comprovam a eficácia do Bolsa Família como ferramenta de mobilidade social e quebra de ciclos de pobreza.

A pesquisa “Trajetórias de Jovens do Bolsa Família” revela que 71,25% dos beneficiários que eram adolescentes (15 a 17 anos) em 2014 deixaram o programa até 2025, conquistando autonomia financeira.

O levantamento, realizado com base em dados administrativos do Governo Federal, foi divulgado durante evento na sede do BNDES, com as presenças dos ministros Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social) e Anielle Franco (Igualdade Racial), além dos presidentes Aloizio Mercadante (BNDES) e Marcio Pochmann (IBGE).

Fim do mito da “acomodação”

Os números desmentem a tese de que a transferência de renda gera dependência. Ao acompanhar a trajetória de famílias ao longo da última década, a FGV constatou que 60,68% de todos os beneficiários de 2014 já não dependem mais do auxílio.

O estudo destaca que essa emancipação é impulsionada pela inserção no mercado de trabalho e pelo acesso à educação, pilares das gestões do PT. Entre os jovens que tinham de 15 a 17 anos em 2014, além da saída massiva do programa, houve uma redução expressiva de 52,67% na presença no Cadastro Único, indicando que essas pessoas não apenas saíram do Bolsa Família, mas superaram a condição de vulnerabilidade.

Trabalho formal e escolaridade: a chave para a porta de saída

A pesquisa reforça que a proteção social funciona melhor quando integrada a uma política de valorização do trabalho e da educação. O contexto familiar provou ser determinante para o sucesso dos jovens:

  • Carteira Assinada: Quando o responsável pela família possui vínculo formal de emprego, a taxa de saída dos jovens do programa salta para 79,4%.

  • Educação dos Pais: Filhos de responsáveis com Ensino Médio completo ou mais apresentam uma taxa de saída de 69,94%, superior à média.

Novo Bolsa Família: Rotatividade saudável

A análise também abordou a gestão atual do programa, relançado em 2023. Os dados mostram que o Novo Bolsa Família não é estático. Nos primeiros três anos da atual gestão, houve uma média mensal de 447 mil saídas (por melhoria de renda) contra 359 mil novas entradas. Isso demonstra que o programa funciona como uma rede de proteção temporária: ampara na necessidade e permite a saída quando a família recupera sua autonomia.

Para garantir que essa transição seja segura, o governo implementou mecanismos como a Regra de Proteção, que permite à família manter 50% do benefício por um período mesmo após conseguir emprego, e o Programa Acredita, que foca no microcrédito produtivo para incentivar o empreendedorismo entre os mais pobres.

O estudo conclui que a saída dos filhos do Bolsa Família indica uma autonomia real e padrões intergeracionais favoráveis, consolidando o programa como uma plataforma de acesso a melhores oportunidades e não apenas de alívio imediato da fome.

Tópicos:

LEIA TAMBÉM:

Mais notícias

PT Cast