Filho de homem forte de Bolsonaro enganou eleitores com áudios falsos
Em vídeo ao lado de representantes do MBL, filho de Paulo Marinho admite que imitou e se fez passar por Jair Bolsonaro em áudios enviados a eleitores
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André Marinho, filho de Paulo Marinho, um dos principais aliados de Jair Bolsonaro e suplente de Flávio Bolsonaro, eleito senador pelo Rio de Janeiro, admitiu que distribuiu “milhares de áudios” imitando e se fazendo passar por Jair Bolsonaro, com o objetivo de enganar eleitores e conquistar votos para o militar. No vídeo, ele aparece ao lado de Kim Kataguiri e Arthur do Val, ambos representantes do MBL, que reagem à revelação de André às gargalhas.
Primeiramente, Marinho afirma que a produtora responsável pelo material de campanha do militar ficou concentrada em sua casa. Um dia, ele mostrou imitações que fazia de Jair Bolsonaro a Flávio e afirmou que “o pessoal encomendava áudios”. Em determinado momento, ele diz: “Isso é crime eleitoral, mas estava correndo o risco”, afirmou, sob risos de Kataguiri e Do Val.
André Marinho vai além: “O mais emblemático de todos, e eu mandei milhares de áudios, foi o dia em que um amigo em comum pediu para eu fazer um áudio para os garimpeiros da Serra Pelada, que é um reduto petista. Aí eu mandei”.
No vídeo, ele repete a imitação de Jair Bolsonaro que fez para os garimpeiros, pedindo apoio ao candidato do PSL. Depois disso, destaca que recebeu mais de 150 áudios de garimpeiros afirmando que votariam em Bolsonaro. E finaliza dizendo: “Devo ter virado uns 50 mil votos nesse reduto”, completa.
O empresário carioca Paulo Marinho, pai de André, é um dos principais homens de confiança de Jair Bolsonaro. A casa de Marinho, no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, foi usada para gravar programas eleitorais na campanha e serviu como sede para a primeira reunião da equipe de transição.
Além de ser dono de uma consultoria empresarial, Carmo Consultoria, Marinho é o primeiro suplente de Flávio Bolsonaro, eleito senador. Marinho se filiou ao PSL neste ano para compor a chapa. Antes, era do Patriota.
O empresário é suspeito de ocultar um patrimônio milionário em nome de parentes. A Justiça determinou a indisponibilidade de dois imóveis, cuja propriedade é atribuída à esposa e à filha dele para quitar dívidas.
Por Revista Fórum