Fiscais da máfia do ICMS em São Paulo negociaram R$ 62 milhões em imóveis

Dos 12 agentes do governo tucano denunciados, 11 tinham bens com valores incompatíveis com a renda mensal

Fiscais da Secretaria da Fazenda do estado de São Paulo acusados de cobrar propina de empresas negociaram cerca de 143 imóveis em seus nomes, no valor total de R$ 62 milhões. Os valores são incompatíveis com os salários, de cerca de R$ 20 mil por mês.

Os 11 fiscais são investigados por exigir propinas para reduzirem a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e omitir multas de sonegação. De acordo com o Ministério Público Estadual, só do grupo Prysmian, os fiscais recolheram, entre 2006 e 2013, cerca de R$ 16 milhões.

A Promotoria do MP pediu à Justiça o bloqueio de imóveis de alguns fiscais, sob suspeita de enriquecimento ilícito.

Em troca, foram canceladas multas e reduzidos impostos de importação de cobre da multinacional italiana, que é uma das líderes do mercado de cabos para energia e telecomunicações.

Os subornos começaram a ser investigados após que o doleiro Alberto Youssef informou, em depoimento, que participou de uma negociação entre os fiscais e a Prysmian, no valor de R$ 15 milhões. A denúncia ocorreu durante as investigações da Operação Lava Jato, da qual Youssef é relator.

A Justiça do estado decretou o bloqueio de parte dos bens de dois dos agentes fiscais. De acordo com o Estado de S. Paulo, ao todo, são 27 propriedades de José Roberto Fernandes e 11 de Eduardo Takeo Komaki.

Imóveis – Entre os imóveis comprados e vendidos pelos 11 fiscais, estão apartamentos à beira mar em Niterói (RJ), fazendas e casarões em bairros nobres de São Paulo.

Apenas um dos fiscais denunciados no ano passado não teve imóveis localizados em seu nome, de acordo com a reportagem.

Os agentes estão afastados de suas funções ou aposentados. Alguns chegaram a ser presos, mas foram liberados após pagamento de fiança.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Estado de S. Paulo

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