Focus Brasil #104: A agonia do bolsonarismo
Nova edição da Focus aborda derrocada do extremismo de direita com o isolamento de Bolsonaro e a tentativa fracassada de golpe de Estado. “Ainda há riscos, mas instituições estão atentas”, destaca a revista
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A nova edição da revista Focus Brasil, de número 104, traz a derrocada do bolsonarismo, a partir do processo de inelegibilidade de Jair Bolsonaro e do envolvimento de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, em uma tentativa de golpe de Estado no país.
“Derrotado no Congresso, nas articulações políticas e na Justiça, o núcleo duro do bolsonarismo radicaliza nas redes e nas ruas”, relata a publicação, em reportagem de capa. “Mas o sinal mais eloquente de que a crise para os radicais chegou é o isolamento político do ex-capitão”, constata a matéria da revista editada pela Fundação Perseu Abramo (FPA). O depoimento de Cid à CPI dos Golpe também foi tema de reportagem da publicação.
Na seção Carta ao Leitor, o diretor da FPA, Alberto Cantalice analise a ascensão e queda do bolsonarismo, em uma extensão da matéria de capa da revista. “O “start” inicial do corolário golpista foi o malfadado tuíte do general Villas Boas, então comandante do Exército, quando da análise do caso Lula no Supremo Tribunal Federal: “Asseguro à nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar os anseios de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade… bem como se mantém atento as suas missões institucionais””, lembra Cantalice.
“A não contradita oficial a essa afronta deu início à crescente politização das Forças Armadas e seu engajamento indireto na campanha em questão”, argumenta. “Não à toa o agradecimento público feito ao general pelo então presidente depois de eleito”.
“Não basta denominar Bolsonaro como mandante. Deixá-lo inelegível, simplesmente, não repara os danos causados à sociedade brasileira. É preciso ir fundo: buscar os estimuladores, os financiadores e os “garantidores” do golpe. Tudo dentro do devido processo legal e do direito ao contraditório”, defende Cantalice.
Na economia, a deflação registrada no mês de maio, de 0,08%, e a retirada de 43,5 milhões de brasileiros pobreza nos seis primeiros meses de governo. “Relançado pelo governo Lula em março, e implementado totalmente em junho, o programa Bolsa Família é o grande responsável por elevar a renda da população mais vulnerável acima da linha da pobreza, que é de R$ 218 per capita por residência”.
Neoindustialização
A neoindustrialização promovida pelo governo também é destaque na revista, que repercutiu a reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no início do mês, e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável (CDESS), o Conselhão.
O artigo assinado pelo líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu (PT-PR), trata da escola em tempo integral. “É elogiável o empenho do governo Lula para resgatar a educação no país, revertendo a blitz contra o setor patrocinada por Bolsonaro”, escreve Dirceu.
“Além da escola integral, há o Compromisso com a Alfabetização, a recolocação do Plano Nacional de Educação (PNE) como ação estratégica para fazer avançar e melhorar os índices educacionais na rede pública em todos os níveis”, observa.
Nick Cave em quadrinhos
Na seção cultural, o cantor e compositor Nick Cave é tema de matéria pelo lançamento da novela gráfica Piedade de Mim, do quadrinista Reinhard Kleist. A obra reconstitui a história de Cave, inclusive do período em que o cantor morou em São Paulo.
“Depois de deixar Melbourne, onde formou com o guitarrista Mick Harvey uma das bandas seminais dos anos 1980 na Austrália, Nick foi para Londres e Berlim, ainda como mais um dos grupos que, na segunda metade dos anos 1980, procurava uma sonoridade original, autoral dentro do grande guarda-chuva do pós-punk”, relata a jornalista Bia Abramo, na Focus.
“O vaivém dos tormentos criativos de Nick e da banda, da frenética atividade de escrita que estão plasmados na obra musical do cantor & compositor nesse anos formativos (e de passagem da juventude para a maturidade) convivem, no roteiro concebido pelo quadrinista alemão, com os personagens tremendos que surgem tanto dos blues que o cantor pesquisa como de sua imaginação tomada por cenas de decadência, morte e crime, mas também de lirismo amoroso e sexual”, descreve Abramo.
Leia a edição completa da Focus aqui.
Da Redação