Frente Brasil Popular: 1º de maio será de luta contra o golpe

Movimentos sociais e centrais sindicais garantem que golpe será barrado com a força das ruas

Manifestantes em defesa da democracia no centro de SP (Foto: Paulo Pinto/Agência PT)

Brasil não aceitará um governo chefiado por um presidente que não foi eleito por voto direto, após um impeachment conduzido por parlamentares envolvidos em casos de corrupção. É o que garante a Frente Brasil Popular ao anunciar uma grande jornada de manifestações contra o golpe no dia 1º de maio, Dia do Trabalhador. Haverá protestos em todo o país. “Orientamos igualmente à organização imediata de atividades regionais e setoriais que expressem a repulsa do mundo da cultura, do trabalho e da democracia contra o impeachment”, convoca a Frente em nota.

“A Frente Brasil Popular conclama a sociedade brasileira a continuar nas ruas com atos, paralisações e manifestos e também continuar a organização dos comitês em defesa da democracia e contra o golpe nos municípios, escolas, universidades e categorias profissionais”.

Milhares de pessoas ocuparam as ruas de SP para acompanhar a  votação do impeachment (Foto: Paulo Pinto/Agência PT)

Milhares de pessoas ocuparam as ruas de SP para acompanhar a votação do impeachment (Foto: Paulo Pinto/Agência PT)

Afirmam que não existe legitimidade em um eventual governo do vice-presidente, Michel Temer, já que ficou nítido durante a votação na Câmara dos Deputados que não há crime de responsabilidade contra a presidenta Dilma Rousseff. “A declaração dos deputados e deputadas, em nome de Deus e da família, com menções homofóbicas e racistas, foi só uma forma de camuflar a ruptura constitucional que estava sendo aplicada”.

Já a Frente Brasil Popular em Minas Gerais realiza a partir desta quinta-feira (21) uma série de mobilizações contra o golpe. Os movimentos sociais e sindicatos que compõem a frente vão realizar o Ato da Democracia em Ouro Preto no feriado de Tiradentes. Na sexta-feira (22), deixam a cidade em marcha em direção a Belo Horizonte, a 100 quilômetros de distância.

A presidenta da CUT Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, citada pela “Rede Brasil Atual“, avaliou que as mobilizações foram importantes para mostrar à população o que está em jogo. “A paralisia da política e da economia se deve a um Congresso que boicota o governo da presidenta Dilma Rousseff desde janeiro de 2015. A votação de domingo mostrou que Congresso enfrentamos. Todos viram que os deputados votaram por interesse próprio”,  afirmou.

Leia abaixo a nota completa da Frente Brasil Popular:

Vamos continuar a luta contra o golpe!

A Frente Brasil Popular, reunida nesta quarta-feira, dia 20 de abril, reafirma que não aceitará o golpe tramado por forças antidemocráticas, antipopulares e antinacionais que aspiram por retomar o governo federal à revelia das urnas, impondo um modelo econômico baseado na restrição dos direitos trabalhistas, dos programas sociais e da soberania nacional.

A votação na Câmara Federal, que denunciamos como fraude forjada pelos barões da corrupção, da plutocracia e da mídia, demonstrou que não havia qualquer crime de responsabilidade cometido pela presidenta Dilma Rousseff. A declaração dos deputados e deputadas, em nome de Deus e da família, com menções homofóbicas e racistas, foi só uma forma de camuflar a ruptura constitucional que estava sendo aplicada.

A Frente Brasil Popular conclama a sociedade brasileira a continuar nas ruas com atos, paralisações e manifestos e também continuar a organização dos comitês em defesa da democracia e contra o golpe nos municípios, escolas, universidades e categorias profissionais.

Convidamos também todos os movimentos e entidades do campo democrático a construir uma grande jornada contra o golpe no dia 1º de maio, com grandes concentrações por todo o país.
Orientamos igualmente à organização imediata de atividades regionais e setoriais que expressem a repulsa do mundo da cultura, do trabalho e da democracia contra o impeachment.

Demandamos à presidenta da República que prontamente reorganize seu ministério, com representantes das forças partidárias e sociais que conformam a resistência democrática. Este novo governo está chamado a adotar medidas emergenciais que protejam a renda e o emprego dos trabalhadores.

Não descansaremos um só minuto antes que o golpismo seja derrotado e o país possa retomar o rumo da normalidade constitucional. Não reconheceremos qualquer governo que tem origem no desrespeito e desprezo da legalidade democrática, inevitavelmente caracterizado pela ilegitimidade e o arbítrio.

Como em outros momentos difíceis da história brasileira, o povo estará à altura do desafio de derrotar os inimigos da Constituição e da democracia.

São Paulo, 20 de abril de 2016.
Frente Brasil Popular

Da Redação da Agência PT de Notícias

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