Garimpo ilegal promove ataque armado contra base do Ibama em terra Yanomami
Invasores furaram bloqueio de fiscalização e atiraram contra agentes. Local é o mesmo onde garimpeiros ilegais entraram em confronto com a PF em 2021
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Garimpeiros ilegais atacaram uma base federal do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em uma Terra Indígena Yanomami, em Roraima, no Norte do país.
Durante a invasão, que aconteceu nesta quinta-feira, 23, os garimpeiros furaram o bloqueio montado no Rio Uraricoera e atiraram contra os agentes da Polícia Federal e fiscais do Ibama.
Os garimpeiros desciam em sete embarcações chamadas “voadeiras”, de 12 metros cada, que transportavam cassiterita. O minério foi roubado da terra indígena e o carregamento identificado por drones operados pelo Ibama.
A região da comunidade Palimiú é usada por garimpeiros para acessar os acampamentos no meio da floresta, e o Ibama pediu reforço à PF para dar segurança ao local. Essa Terra Yanomami é o maior território indígena do país em extensão territorial e há décadas é alvo de exploradores ilegais que buscam ouro, cassiterita e outros minérios.
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Por nota, o Ibama afirmou que a invasão foi programada e que os garimpeiros atiraram no momento em que os agentes haviam abordado uma das embarcações.
“Foi um ataque criminoso programado. Todos aqueles que tentarem furar o bloqueio serão presos. Acabar com o garimpo ilegal é uma determinação do presidente Lula”, afirmou o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho.
O secretário Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do PT, Saulo Dias, enfatiza que esse ataque é uma demonstração de como o governo Lula, que promove a proteção aos povos originários e da floresta, incomoda. Saulo destaca ainda que o garimpo ilegal na região cresceu mais de 78% no governo de Bolsonaro.
Ouça, na íntegra, o secretário de Meio Ambiente do PT:
A coordenadora do Setorial Nacional de Assuntos Indígenas do PT, Tani Rose, também reforça o compromisso do governo Lula no combate ao garimpo ilegal em Terras Indígenas e a necessidade de mais rigidez na punição dos criminosos.
“O atentado criminoso a base federal instalada na aldeia Palimiú é um sinal de um dos crimes mais fortes que os indígenas são vítimas nesse momento. O presidente Lula deu o recado de que não iremos sossegar enquanto não acabarmos com o garimpo ilegal. Os criminosos que atacam a Aldeia Palimiú querem parar as investigações e ameaçar a segurança dos povos indígenas. O governo federal precisa ser mais duro nas investigações e determinar a prisão imediata desses criminosos, não podemos deixar que eles ameacem ainda mais a vida dos povos indígenas”
Ataque em 2021
O local é o mesmo onde garimpeiros abriram fogo contra a Polícia Federal (PF) em maio de 2021. Na época, houve feridos, relatos de mortes, correria de mulheres e crianças em fuga dos tiros, dias seguidos de tensão com sucessivos atentados e até troca de tiros dos invasores com a PF.
A segurança da base de controle foi instalada no último dia 7, e é realizada por agentes da Força Nacional de Segurança Pública, da Polícia Rodoviária Federal e do Ibama.
Prisão
Na abordagem dos agentes durante a invasão, os garimpeiros reagiram e houve troca de tiros com os fiscais do Ibama. Um dos criminosos, Gelso Barbosa Miranda, de 32 anos, foi ferido. Ele foi baleado após furar o bloqueio de fiscalização.
A prisão aconteceu depois que os policiais federais fizeram buscas por hospitais do estado e o encontraram no Hospital Geral de Roraima (HGR). Durante as investigações, eles receberam a denúncia de que um homem baleado, envolvido no ataque, estava internado no HGR.
Questionado sobre o motivo dos ferimentos, Gelso Barbosa confessou aos agentes da PF que havia furado o bloqueio e participado do ataque. Ele está internado sob custódia policial.
Da Redação, com informações do G1 e Agência Brasil