Gilmar Mendes extrapola e mostra parcialidade contra governo e o PT, acusam petistas

Para os petistas, as manifestações do ministro que ocupa cadeiras no STF e no TSE revelam o viés político-partidário que deveria o impossibilitar de julgar qualquer processo que envolva o governo e o PT

Foto: Agência Brasil

As declarações do ministro Gilmar Mendes ao jornal “Correio Braziliense”, no último fim de semana, extrapolaram o limite do respeito que se recomenda aos integrantes dos poderes constituídos. Essa é a avaliação de parlamentares do PT, que classificaram de “inadequadas” e “inaceitáveis” as manifestações do ministro.

Para os petistas, as declarações de Gilmar Medes, que ocupa as cadeiras no Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), revelam o viés político-partidário que deveria o impossibilitar de julgar qualquer processo que envolva o governo e o Partido dos Trabalhadores.

“Gilmar Mendes, no exercício dos cargos de ministro do STF e TSE e, portanto, nos casos relacionados ao governo e ao PT, deveria ficar impedido de julgar, uma vez que mostra parcialidade na forma de ver as coisas e essa parcialidade ele está exercendo nesses julgamentos”, condenou o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), vice-líder do Governo na Câmara.

O parlamentar se referiu ao fato de o ministro Gilmar Mendes ser o relator da prestação de contas da campanha da presidenta Dilma Rousseff. As contas foram julgadas e aprovadas com ressalvas, por unanimidade, pelo TSE em dezembro do ano passado.

No entanto, o ministro manteve o processo aberto na tentativa de fazer ligação entre a campanha da presidenta Dilma e irregularidades verificadas pela Operação Lava Jato.

Para o deputado, não cabe a integrantes do STF ou do TSE fazerem juízo de valor de um governo. De acordo com Paulo Teixeira, Gilmar Mendes agiu de forma acintosa ao dizer que a corrupção no país é um método de governança.

O deputado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Wadih Damous (PT-RJ), criticou a “espetacularização da Justiça, em que o que vale é a versão, o que vale é a manchete, o que vale é o noticiário”.

“É preciso uma profunda reflexão sobre o papel do Poder Judiciário e do Ministério Público como protagonistas hoje da cena política. É papel do Ministério Público e do Judiciário serem protagonistas da cena política?”, questionou Damous.

“Eu entendo que o poder judiciário é o poder que julga e o Ministério Público é o órgão que denuncia. O que vem acontecendo nos últimos anos é um protagonismo indesejável por parte dos juízes e de membros do Ministério Público no cenário político. Isso tem um viés autoritário”, condenou o deputado.

Na semana passada, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, determinou o arquivamento do pedido de Gilmar Mendes para a PGR investigar suspeitas de irregularidades na campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff.

Janot entendeu que não havia indícios de irregularidades na contratação da gráfica VTPB Serviços Gráficos pela campanha.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT na Câmara

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