Gleisi defende Sistema Único de Assistência Social em encontro

A presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, participou de encontro promovido pelo Conselho Regional de Serviço Social do Paraná, em defesa do sistema nacional de assistência social. Ela ressaltou que a organização da assistência social no país ainda é muito recente e já vem sofrendo ataques severos, mas elogiou a organização dos trabalhadores da área na defesa desta política.

“Estamos vivendo um momento muito difícil nesse país, é o fechamento de um ciclo que se iniciou em 1988 e não sabemos bem o que vem na sequência. O pacto da democracia formal de 1988 tem 30 anos, em termos de história não é antigo, e está sendo rasgado”, afirmou Gleisi.

Ela relembrou que a Constituição de 1988 foi a primeira a abordar a seguridade no Brasil, incluindo assistência, previdência e saúde. “Foi a primeira vez que o Brasil encarou essa três áreas com uma responsabilidade constitucional”, disse.

“Apenas 30 anos depois isso é desestruturado, é rasgado com a Emenda Constitucional 95. Eles foram além e desestruturaram a política pública. Quando fazem o corte de 92% na área de assistência acaba, assistência social deixa de ser reconhecida como política pública”, afirmou a presidenta do PT

Ela elogiou a organização do setor de Assistência Social, que foi capaz de recompor o orçamento, que ficou em 70% do que era. “Se não fosse essa organização, a conscientização e a visão da própria população, dificilmente conseguiríamos enfrentar”, avaliou.

Segundo Gleisi, “a concepção dessa gente que assumiu o governo é de estado enxuto, para só 35% da população brasileira. Aquela velha política do assistencialismo”.

Ela também relembrou que não foi fácil estruturar a assistência social no país, apesar de estar na Constituição. “A lei do SUAS (Sistema Único de Assistência Social) é de 2011. Começamos a estruturar em 2002 e só transformamos em lei em 2011”, relembrou.

“Não podemos arredar o pé, a resistência tem que ser cotidiana e a conscientização da população também. O estado não pode ser só pra 30%, pode sim ser para 100% da população. A política do chamado bem-estar social ainda é mínima no Brasil, mas as pessoas sentiram e já se contraporem esse discurso de que não pode, não tem dinheiro.”

Gleisi lembrou da visita a Lula, quando ele disse que estava “desconjurado” com a situação do país, pelos retrocessos, aumento da pobreza e desemprego. “Por 12 anos consecutivos tivemos aumento real do salário mínimo e hoje não repõe nem a inflação”, destacou ela.

Gleisi finalizou sua fala afirmando que “estamos em momento de resistência e ele não é fácil, mas nós sabemos o lado que a gente está”.

Assista aqui o encontro com Gleisi Hoffmann:

Da redação da Agência PT de notícias