Golpe, Desmonte de Direitos e Perseguição contra Lula denunciados na ONU
Mais de 20 ONGs levaram à ONU denunciaram a grave situação institucional no Brasil e a série de violações do devido processo legal contra o ex-presidente
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Um grupo de mais de 20 ONGs, brasileiras e internacionais, denunciaram hoje, no Conselho de Direitos Humanos da ONU, o desmonte dos direitos humanos promovido pelo governo Governo Temer. Também denunciaram a indiferença do Poder Judiciário quanto ao Golpe Institucional no Brasil, além da perseguição contra Lula, com o intuito de barrar sua candidatura para as eleições de 2018.
O desmonte da sistema de proteção de direitos humanos denunciado inclui o fechamento do Ministério de Direitos Humanos, ataques a povos indígenas e a onda conservadora que ataca a comunidade LGBTI, artistas e intelectuais. Ainda segundo a denúncia Emenda Constitucional 95 e a reforma trabalhista violam as convenções internacionais ratificadas pelo Brasil.
As ONGs também denunciaram a série de violações do devido processo legal contra Lula, o candidato da oposição mais cotado nas prévias das eleições de outubro de 2018.
As violações denunciadas incluem disseminação ilegal de conversas telefônicas de Lula e a então presidenta Dilma Rousseff, gravações ilegais de conversas telefônicas dos advogados de Lula e a apreensão ilegal de seu passaporte e a rejeição pelo judiciário de vários pedidos dos advogados de Lula essenciais para a sua defesa.
A intervenção federal, com caráter eminentemente militar, além de ter sido criticada pelo próprio Alto Comissário para os Direitos Humanos da ONU e pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, foi mais uma vez denunciada na plenária do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
O Brasil, como membro do Conselho de Direitos Humanos até o ano de 2019, tem o dever de manter o mais alto padrão de proteção de direitos humanos, para justificar o privilégio de ser membro, inclusive com poder de voto no Conselho. A situação de direitos humanos internamente, contudo, é bem abaixo de um padrão mínimo exigido para ser membro do principal órgão de direitos humanos da ONU.
As organizações que denunciaram a grave situação institucional no Brasil também lembraram que a comunidade internacional teve um papel indispensável na redemocratização do Brasil na década de 1980 e agora deve redobrar a atenção sobre o Brasil para prevenir o agravamento da crise no Brasil e garantir o retorno a normalidade institucional.
As organizações Centre Europe Tiers-Monde (CETIM), FIAN International, IADL, Transnational Insititute, CSI, and Friends of the Earth propuseram a intervenção oral no Conselho de Direitos Humanos, apoiadas pelas seguintes organizações:
– Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade (AFES)
– African Women United Against Destructive Resource Extraction (WoMin) – Johannesburg, South Africa
– Alternative Information & Development Centre (AIDC) – Cape Town, South Africa
– Associação Brasileira de Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexo (ABGLT)
– Centre for Natural Resource Governance (CNRG) – Harare, Zimbabwe
– FESPAD – El Salvador
– FIAN Brasil
– HOMA- Centro de direitos humanos e empresas
– IndustriALL – Global Union
– Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE)
– International Trade Union Confederation (CSI)
– Justiça Global
– Movimento dos Atingidos e Atingidas por Barragem (MAB)
– Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH)
– PAPDA Haïti
– Peoples Dialogue Africa and Latin America Network
– Plataforma Internacional contra la Impunidad
– Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia (SINFRAJUPE)
– Terra de Direitos
– Trust for Community Outreach and Education (TCOE) – Cape Town, South Africa