Governo Bolsonaro vê Igreja Católica como opositora
Augusto Heleno faz discurso próximo ao da ditadura militar para se referir a entidade religiosa
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A busca por inimigos invisíveis pelo governo Bolsonaro ganhou ares fundamentalistas neste domingo. Segundo reportagem divulgada pelo Estadão neste domingo (10), O Palácio do Planalto agora quer “conter o avanço da Igreja Católica na liderança de oposição.”
O general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), falou sobre a Igreja Católica como se falasse de um inimigo. “Estamos preocupados e queremos neutralizar isso aí.”
Além disso, a GSI está de olho nas ações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Pastoral Carcerária. E planeja ainda envolver o Itamaraty para monitorar discussões e debates da Igreja Católica no exterior.
O interesse internacional do governo Bolsonaro se deve ao Sínodo, evento que reúne 250 bispos e discute caminhos para a Igreja na Amazônia. Augusto Heleno, que corrobora do discurso de Bolsonaro de entregar a Amazônia brasileira aos Estados Unidos, vê com “preocupação” a discussão dos bispos sobre o local.
Fernando Haddad comentou a posição absurda do governo Bolsonaro:
Vaticano comuna: Bolsonaro vê Igreja Católica como opositora, por discutir temas considerados de esquerda, como situação de povos indígenas e quilombolas, e mudanças climáticas. “Estamos preocupados e queremos neutralizar isso aí”, disse Gal. Heleno.https://t.co/rlmnHWblXD
— Fernando Haddad (@Haddad_Fernando) February 10, 2019
O deputado federal Paulo Pimenta também criticou a ação:
Ação típica de ditadura, com verniz fundamentalista teocrático. A única vez que católicos foram ameaçados no Brasil foi entre 1964 e 1985
Planalto vê Igreja Católica como potencial opositorahttps://t.co/fGGw8sD8B0
— Paulo Pimenta (@DeputadoFederal) February 10, 2019
Da Redação da Agência PT de Notícias com informações do Estadão