Governo convoca torcidas organizadas contra o crime

Medidas incluem a criação de um banco de dados nacional com o registro de todas as pessoas ligadas às torcidas organizadas, e um disque denúncia contra crimes cometidos por torcedores

Pesquisa da consultoria Stochos demonstra que  84% dos entrevistados responsabilizam as torcidas organizadas pela violência nos estádios de futebol. Para reverter esse placar, o ministro do esporte, George Hilton, reuniu-se com representantes da Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg), a fim de convocá-los a se juntarem à proposta do “um grito de paz”, para os estádios voltarem a ser um ambiente de celebração do espetáculo do futebol, frequentado por famílias.

De acordo com o ministro, a proposta é construída em parceria com diversos órgãos e instâncias do Executivo, bem como com os estádios e os clubes, para quem, segundo ele, o maior título são os torcedores e não os títulos conquistados.

“O ministério do esporte vai trabalhar na parte educacional com as torcidas organizadas”, afirmou Hilton.

Em uma primeira parte dos diversos acordos a serem estabelecidos, estão a criação de um banco de dados nacional com o registro de todas as pessoas ligadas às torcidas organizadas, e um disque denúncia contra crimes cometidos por torcedores. Segundo o ministro, as torcidas são uma manifestação cultural e devem ser preservadas, mas elas não podem abrigar criminosos.

De acordo com Hilton, estudos apontam que o percentual de pessoas ligadas às torcidas organizadas envolvidas em crime, não passa de 10%. Não é muito, mas o suficiente para construir cenas desumanas, como do Estádio do Arruda, em Recife (PE), em maio de 2014, quando um torcedor morreu ao ser atingido por 350 quilos de força de um vaso sanitário lançado do anel superior do estádio, por um rival.

“A torcida precisa ser protegidas dos maus elementos”, enfatizou o ministro.

De acordo com o presidente da Antorg, André Azevedo, fechar as torcidas não vai impedir o mau cidadão de continuar cometendo crimes.
“O debate abrange muito mais do que o futebol e, sim, uma conscientização do cidadão”, disse André.

Para o diretor da Anatorg, Flávio Coelho, o cadastro vai contribuir para a entidade estabelecer parcerias com o governo para projetos educacionais e profissionais. Passa de 1,5 milhão o número de pessoas ligadas a torcidas organizadas.

“Então, é um número importante para aproveitar os fins sociais”, completou Coelho.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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