Governo golpista conclui entrega do pré-sal a multinacionais

A renúncia em impostos está estimada em R$ 1 trilhão nos próximos 20 anos; MP aprovada pela Base Aliada de Temer segue para análise do Senado

Edilson Rodrigues

Deputados federais durante votação de MP que isenta multinacionais petrolíferas de R$ 1 tri de impostos

Em mais uma demonstração de desprezo à soberania nacional, o governo golpista de Michel Temer e a base aliada aprovaram definitivamente na noite desta terça-feira (5) a medida provisória (MP 795/17) que, entre outros pontos, isenta as multinacionais petrolíferas estrangeiras da cobrança de tributos sobre a importação de bens e maquinários adquiridos no exterior para a exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural, principalmente do pré-sal.

A renúncia em impostos está estimada em R$ 1 trilhão nos próximos 20 anos. A MP segue agora para a análise do Senado.

Após uma longa batalha em plenário que durou até a madrugada, os aliados de Temer derrubaram os destaques e emendas defendidas pelo PT – e outros partidos de oposição – tentando impedir a isenção fiscal.

Além desse ponto, a Bancada do PT na Câmara apresentou destaque alterando artigo da MP que isenta as empresas que alugam navios para as petroleiras e que, simultaneamente, prestam serviços técnicos especializados.

O texto do governo golpista abre mão do recolhimento de tributos como a Cide, PIS/Pasep – Importação e Cofins – Importação.

Atualmente, os serviços técnicos estão sujeitos a Cide e o no caso do PIS/Cofins, não há isenção para serviços técnicos.

Para o líder da Bancada do PT, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), a MP de Temer desmascara o falso discurso do governo de que é necessário aprovar a Reforma da Previdência para não comprometer o caixa do governo nos próximos anos.

“Abater integralmente da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) os custos das petroleiras com a exploração do petróleo e gás é muito grave”, ressaltou.

“Essa MP se encaixa na estratégia de entregar o petróleo brasileiro ao mercado internacional. Enquanto abdica de R$ 1 trilhão em arrecadação, esse governo fala que o trabalhador é privilegiado (nas aposentadorias). Privilegiados serão as multinacionais, que não pagarão imposto. Isso sim é privilégio”.

O líder da Minoria na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), também criticou as benesses concedidas as empresas de petróleo.

Segundo ele, a Lei da Partilha na exploração do pré-sal (Lei 12.531/10), promulgada no governo Lula, já previa o lucro na exploração e a produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos, mas preservando o interesse nacional.

“A lei da Partilha já prevê que a empresa petrolífera que explorar o petróleo terá lucro com a comercialização da produção”, declarou.

“Agora vem o governo Temer e duplica esse lucro ao também isentar os custos de produção. Como o governo pode abdicar de recursos da ordem de mais R$ 1 trilhão? Isso é duas vezes o rombo na Previdência que esse governo diz existir. Essa MP não é benéfica ao País”, concluiu o deputado.

Por Héber Carvalho, do PT na Câmara

 

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