Governo Lula reajusta bolsas de pesquisa, congeladas desde 2013
Estudantes e cientistas receberão, a partir de março, entre 25% e 200% de aumento para fazer suas pesquisas. Além disso, 10 mil novas bolsas serão criadas este ano
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Lula cumpriu, nesta quinta-feira (16), mais uma promessa de campanha. Em cerimônia no Palácio do Planalto (assista ao vídeo no fim desta matéria), o presidente oficializou o aumento no número de bolsas de pesquisa oferecidas no Brasil. Ao longo de 2023, serão 10 mil novas bolsas, da graduação ao pós-doutorado.
O presidente anunciou também um reajuste, a partir de março, do valor pago aos estudantes e pesquisadores, que subirá entre 25% e 200% (veja tabela). Fazia 10 anos que as bolsas não eram atualizadas.
“É importante vocês saberem que a gente vai fortalecer outra vez a educação, da creche à universidade. E que está proibido, neste governo, tratar como gasto o dinheiro que vai para a educação, que vai para as bolsas, que vai para a saúde. Neste governo, tudo que formos fazer para atender as necessidades do povo brasileiro vai se chamar investimento”, disse Lula para a plateia, que reunia estudantes, pesquisadores, cientistas e membros do governo.
Tudo que formos fazer para atender as necessidades do povo vai ser chamado de investimento. E educação é o investimento mais barato que podemos fazer. Queremos um país que exporte conhecimento.
— Lula (@LulaOficial) February 16, 2023
Serão beneficiados pelo reajuste todos aqueles que ganham bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado pagas por instituições como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Veja o aumento dado em cada bolsa:
– Iniciação científica no ensino médio: de R$ 100 para R$ 300 (200%)
– Iniciação científica na graduação: R$ 400 para R$ 700 (75%)
– Mestrado: de R$ 1.500 para R$ 2.100 (40%)
– Doutorado: de R$ 2.200 para R$ 3.100 (40%)
– Pós-doutorado: de R$ 4.100 para R$ 5.200 (25%)
Haverá reajuste também da Bolsa Permanência, criada para reduzir o abandono da graduação por estudantes quilombolas, indígenas, integrantes do Prouni e em situação de vulnerabilidade socioeconômica, e da bolsa para formação de professores da educação básica. Somadas, essas ações representam investimento de R$ 2,38 bilhões.
Ciência volta a ser respeitada
Com essa medida, o governo federal volta a investir na pesquisa brasileira, que foi fortemente atacada durante o governo Bolsonaro. O corte de recursos para universidades e instituições de pesquisa fizeram com que muitas instituições ficassem a ponto de fechar e que Capes e CNPq tivessem dificuldade de pagar seus bolsistas, mesmo com valores tão defasados.
“Nós vivemos nos últimos anos um período obscuro, em que o governo tratou com descaso o que há de mais importante no patrimônio do seu país, que é a educação de seu povo”, ressaltou o ministro da Educação, Camilo Santana.
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Reindustrialização para por inovação
Segundo a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o fortalecimento das bolsas ajuda também o Brasil a manter aqui seus talentos, o que é fundamental para uma nação que quer se reindustrializar. Afinal, é das universidades que saem inovações tecnológicas que podem impulsionar a indústria.
“A bolsas são ferramentas essenciais para o desenvolvimento científico e a geração de inovação. Ao permitir a dedicação exclusiva às atividades de pesquisa, o benefício assegura a qualificação, a duração e a permanência do pesquisador e da pesquisadora no Brasil, evitando a evasão de talentos para o exterior, que é tão preocupante para o futuro da nossa nação”, disse.
Lula reforçou a fala da ministra: “Este país não quer ser exportador só de minério de ferro, de soja e milho. Este país quer ser exportador de conhecimento, de alta tecnologia. E para isso nós temos que investir na educação, em pesquisa. Se a gente não tivesse pesquisado, a gente não tinha encontrado o pré-sal”, ressaltou o presidente.
Da Redação, com Palácio do Planalto