Governo vai apresentar proposta de redução de gastos, diz Edinho Silva
Ministério do Planejamento apresentará na próxima semana “medidas urgentes” com foco na “redução de gastos”, para retomada da economia, afirmou o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
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O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, em entrevista ao “Estadão”, na sexta-feira (11), fez um balanço da economia brasileira e reforçou que o quadro econômico vai se recuperar se houver “pacificação política”.
Edinho Silva anunciou ainda que, na próxima semana, serão apresentadas pelo Ministério do Planejamento “medidas urgentes” com foco na “redução de gastos”.
“A orientação da presidente é, primeiro, discutir e apresentar uma proposta de redução de gastos. Tem medidas que vão precisar de legislação, outras, decretos. Outras são medidas administrativas”, afirmou.
Sobre a reforma administrativa, o ministro frisou que “por mais que o impacto financeiro não seja grande, é um sinal para a sociedade do esforço que o governo está fazendo para obter um bom resultado fiscal”.
“Medidas estão sendo tomadas para que, em breve, muito em breve, haja condições para a retomada do crédito, do crescimento”, reforçou.
Os objetivos do governo são “austeridade, melhoria do gasto, superávit”, declarou Edinho Silva que reforçou que a presidenta “tem muito receio dos tributos que geram impactos diretos na inflação”.
“Estamos com as medidas sendo implementadas. Elas já começaram a surtir efeito, o índice de inflação mostra uma queda. Já tivemos uma melhoria da balança comercial. Um aumento das exportações. Tudo aponta para o retorno do crescimento”, afirmou.
O ministro ressaltou que a prioridade da presidenta “é fazer com que a inflação caia” e haja a “redução de custeio”, e que a possibilidade do aumento de arrecadação será tomada após diálogo com o Congresso Nacional.
“Ela sabe que responsabilidade de apresentar uma proposta tanto de redução de custeio como aumento de arrecadação é do governo. Mas ela sabe que tem de estabelecer um diálogo franco com o Congresso Nacional”, disse.
Edinho garantiu também que não há intenção do governo em substituir o ministro-chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante e que “qualquer ataque ao ministro aumenta a instabilidade política”.
“A posição da presidente Dilma tem dito a todo momento que o ministro-chefe da Casa Civil detém toda a confiança dela e é fundamental. Com pacificação política a economia terá o ambiente necessário para sua recuperação”, afirmou.
Questionado sobre a Polícia Federal ter pedido ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja ouvido no inquérito da Lava Jato, o ministro declarou ter ficado “chocado”, e ainda criticou o “vazamento seletivo” de informações em investigação para a imprensa.
“Tem coisas, denúncias, que muitas vezes, não têm lastro na realidade, que podem ser meros instrumentos para desgastar imagens de pessoas que deveriam ser valorizadas”, disse.
“Os vazamentos seletivos não são bons porque mostram apenas a parte que interessa para a disputa política” afirmou.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias