Governos tucanos anunciam fechamento de escolas públicas
Em 2016, no estado de São Paulo serão fechadas 94 escolas; no Paraná serão 40 extintos estabelecimentos
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Os governadores de São Paulo, Geraldo Alckmin e Beto Richa, do Paraná, ambos do PSDB, não se sensibilizaram com os diversos protestos realizados por professores, estudantes e movimentos sociais que lutam contra o fechamento de escolas. Nesta segunda-feira ( 26), as Secretaria de Educação desses estados informaram que irão fechar escolas públicas.
Em São Paulo, 94 escolas serão fechadas devido ao processo de reorganização da rede estadual. No Paraná, serão 40 unidades em todo o estado atingidas pelo chamado plano de otimização. Enquanto Alckmin alega melhorar o rendimento escolar dos alunos, Richa explica que a medida é para conter os gastos.
A intenção do PSDB paulista é separar os alunos das escolas estaduais por ciclo-fundamental I, II e médio. Com a divisão, 754 escolas passarão a ter ciclo único. Atualmente, se enquadram neste modelo 1,5 mil escolas.
Forçar os alunos a mudarem de escolas é garantir a evasão escolar, avalia a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha.
“O PSDB não permite educação em São Paulo. Como pode alguém limitar o acesso à educação ?” questiona.
A medida paulista irá afetar em 2016 cerca de 311 mil alunos, ou seja, os estudantes terão que mudar de escola. Com a reestruturação da rede pública de ensino, 1.197 salas serão fechadas.
“Vai ter superlotação de alunos em sala de aula, professores serão demitidos. Eles dizem que 94 serão fechadas, mas acredito em um número muito maior. Nós fizemos o levantamento de 162. Isso é uma tática, mas vai impactar toda a educação em São Paulo”, alerta.
Noronha recorda que o PSDB “castiga a educação em São Paulo há 20 anos” e, entre as razões, “porque os estudantes são filhos da classe trabalhadora que vão para a escola pública”.
“Desde que este partido entrou no poder a educação em São Paulo é caótica. Educação para o PSDB não é prioridade. Comprovamos os fatos ao acompanhar o que aconteceu em Minas Gerais e agora no Paraná. Eles querem enxugar a máquina pública comprometendo educação”, acusa.
A secretária educacional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), Walkíria Olegário Mazeto, ressaltou que o número de escolas que serão fechadas deve ser bem maior do que a quantidade anunciada.
Pela página do APP-Sindicato, a categoria reforçou que nos últimos sete anos foram fechadas mais de 400 escolas do campo no Paraná, entre escolas municipais e estaduais e que os planos de Richa deterioram a educação.
“Nós temos a defesa de que as famílias que residem no campo possam ficar no campo, e seus filhos estudarem no campo é uma condição para que a família permaneça no campo. Não queremos que as escolas sejam fechadas”, informou o site da categoria.
Os sindicatos de ambos os estados irão protestar contra as medidas impostas pelas gestões do PSDB. Nesta terça-feira (27), a APP-Sindicato fará um ato público em frente à Secretaria de Educação (Seed), às 10h para impedir o fechamento de escolas.
Em São Paulo, a Apeoesp organizará no próximo dia 29 de outubro uma manifestação em frente ao vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), às 15h, para protestar contra a política do tucano Geraldo Alckmin.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias