Guimarães: “A oposição late, o governo vota”

Colunista do Brasil 247, Tereza Cruvinel fala sobre a vitória do governo Dilma em aprovar, com maioria dos votos, o ajuste fiscal

Por Tereza Cruvinel, do Brasil 247 Apesar de ter perdido a votação da emenda que permite mudanças no fator previdenciário, o governo obteve na noite desta quarta-feira uma vitória mais expressiva do que a da semana passada, ao aprovar a segunda medida provisória do ajuste fiscal, a 664, com maioria de 99 votos. As vitórias seguidas na Câmara, apesar dos ataques estridentes da oposição, que voltou a falar em impeachment, levaram o líder José Guimarães a tripudiar: “A oposição late, o governo vota”.

Os resultados recentes obtidos na Câmara, juntamente com a aprovação preliminar do nome de Luiz Fachin para o STF no Senado, a confiança crescente do mercado no ajuste conduzido pelo ministro Joaquim Levy e o anúncio do pacote de concessões são indicadores de que o governo começa a romper a força inercial da crise e a retomar a ofensiva. Por isso mesmo, avaliam seus principais articuladores, os setores inconformados da oposição retomam a pregação do impeachment ou da impugnação da vitória da chapa Dilma-Temer.

Na área politica, o quadro mudou com muita clareza a partir da entrega da coordenação política ao vice-presidente Michel Temer, que tem se valido de dois importantes colaboradores. O ministro Ricardo Berzoini, do PT, e o ministro Eliseu Padilha, do PMDB. Na semana passada, contra toda as apostas, o governo aprovou a MP 665 mas com a exígua maioria de 25 votos, e com ajuda de seis votos do Democratas. Agora, aprovou a 664 com vantagem de 99 votos. Entre uma votação e outra, Michel e seu time atuaram e conseguiram ampliar a coesão da base.

É natural que o início da recuperação deixe exaltados os que já consideravam o governo liquidado, diz um dos arqueiros de Temer. Lembrado de que o pretexto do momento é a delação premiada do empresário Ricardo Pessoa, que foi negociada mas ainda não foi realizada, ele pondera que ainda há um longo caminho pela frente neste caso. A delação, se ocorrer, terá que ser confirmada por provas e o processo será ritualmente examinado pelo STF. O que excita a oposição é a possibilidade de o empreiteiro declarar ter feito uma doação legal à campanha de Dilma temendo retaliações. A doação foi legal. O empreiteiro é acusado de participar do cartel da Petrobrás. Caberá aos ministros do STF decidir se tal fato tem consequências sobre a diplomação de Dilma e Temer ou sobre o mandato que ambos exercem. De sua parte, o governo continuará trabalhando intensa mas serenamente, na certeza de estar preparando o país para a retomada do crescimento, agora em condições políticas bem mais favoráveis do que há dois meses. As pregações estridentes não vão desaparecer mas acabarão se diluindo na paisagem e perdendo qualquer relevância, diz o otimista e sereno oráculo palaciano.

Na votação da MP 664, a aprovação do destaque que permite mudanças no fator previdenciário foi uma espécie de água no chope governista. E aconteceu com a ajuda de dez petistas e três votos do fiel PC do B. Mas Guimarães e outros líderes também não se abalaram muito. Esperam derrubar o dispositivo no Senado. Em último caso, Dilma se valerá do veto.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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