Há quatro anos, Bolsonaro foi a favor da pauta bomba que agora cai em seu colo

A PEC 2/15 foi uma das bombas criadas para desestabilizar o governo Dilma e gerar o Golpe, mas foi engavetada e voltou ao cenário político nesta terça-feira (26)

Isac Nóbrega/PR

Em 2015, na ânsia de derrubar o governo de Dilma Rousseff e de estruturar um golpe contra a democracia, Jair Bolsonaro (PSL) e seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL) votaram a favor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 2/15, conhecida também como PEC do Orçamento Impositivo, a mesma que nesta terça-feira (26) foi aprovada pela Câmara dos Deputados.

A pauta classificada como “bomba” caiu no colo de Bolsonaro e foi aprovada pelos deputados federais com ampla maioria — 448 votos em primeiro turno e 453 no segundo — em sessão presidida por Rodrigo Maia (DEM), aquele que em três meses já foi amigo, adversário, amigo e voltou a ser adversário de Jair.

É a segunda derrota do governo Bolsonaro na Câmara. E é também uma demonstração nítida da falta de compromisso de Jair com o povo brasileiro. Ele, que há quatro anos votou a favor de uma PEC apenas com o intuito político para dar um golpe em uma presidenta eleita democraticamente, vai ter que lidar com a batata quente.

Inconsequente, Bolsonaro terá que provar do próprio veneno e do toma lá, da cá que sempre fez, mas nega.

Outra questão que salta aos olhos com esta votação é que nem o partido de Bolsonaro, o PSL, votou a seu favor.

Que PEC é essa?

A emenda, criada por Carlos Henrique Gaguim (DEM), foi criada há quatro anos para ser uma pauta-bomba contra Dilma, mas no meio dos ataques de Eduardo Cunha, hoje cassado e preso, ela não tinha sido votada.

A PEC 2/15 torna o orçamento do Executivo mais engessado, porque classifica o pagamento de despesas que hoje podem ser adiadas como obrigatórias.

Para se ter uma ideia, hoje 90% do orçamento do país já é composto dos gastos obrigatórios, como salários e Previdências. Os R$137 bilhões que sobram podem ser cortados.

A emenda constitucional aguarda a apreciação do Senado.

Da Redação da Agência PT de notícias, com informações da Folha de S. Paulo

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