Independência do BC impede programa social, diz ex-presidenta da Caixa
Sem controle sobre a oferta de crédito, programas habitacionais ficariam inviáveis e, sem bancos publicos, não haveria estrutura para executar redistribuição de renda
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A independência do Banco Central (BC) tira o poder do governo sobre o controle das taxas de juros e influi diretamente nas decisões sobre a concessão de crédito, o que colocaria em risco políticas públicas como o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família, analisou a ex-presidenta da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho, neste domingo (14), em evento com socioambientalistas no Distrito Federal (DF).
“Isso inviabilizaria a execução dos principais programas sociais executados pela Caixa, Banco do Nordeste e Banco do Brasil”, disse ela. “A economia nunca, jamais, pode se sobrepor a decisão política”.
Para Maria Fernanda, a proposta da candidata do PSB, Marina Silva, deixa o BC nas mãos dos bancos privados, das consultorias internacionais e principalmente, contraria os interesses da população.
Bancos Públicos – A ex-presidenta da Caixa comemorou o fortalecimento dos bancos públicos nos governos do PT e o uso de suas estruturas na execução das políticas públicas. “Se você não tem uma política estratégica para os bancos públicos, você também não terá uma rede executora para implementar os programas sociais”, disse ela, lembrando que quem executa o maior programa de transferência de renda do mundo, o Bolsa Família, é a Caixa.
A bancária ressaltou que, com um BC independente, os recursos não estarão garantidos para qualquer política pública que o governo queira implementar, porque os bancos podem não seguir a determinação governamental. “Defender a independência do BC, significa que ele não se sujeita a uma orientação política de um governo”, disse.
Por Marcos Paulo Lima, da Agência PT de Notícias