Industria naval cresce 19,5% ao ano e emprega 10 vezes mais

Demandas da Petrobras por embarcações e plataformas de exploração de petróleo foram fundamentais para alavancar o setor no País

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Gráfico elaborado por Carlos Neto, do Ipea, mostra os investimentos na indústria naval brasileira

Na primeira década do século 21, a indústria naval brasileira ressurgiu e passou a crescer 19,5% ao ano, segundo o coordenador de Infraestrutura Econômica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Campos Neto. Do ponto de vista do emprego, as vagas cresceram mais de dez vezes. Passaram de 7,5 mil em 2003 para 78,1 mil no ano passado.

O setor, que estava sucateado, ressurgiu após o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinar a construção dos navios da Petrobras no Brasil.

Segundo levantamento de Campos Neto, que prepara o livro Soerguimento da Indústria Naval no Brasil – 2000-2013, a ser lançado em julho, a demanda da Petrobras é fundamental para os investimentos no setor, que somam R$ 149,5 bilhões nos governos do PT.

A carteira de 404 encomendas é a quarta maior do mundo na categoria de navios em geral e a terceira em número de petroleiros. A maior parte delas são sondas de perfuração, que somam R$ 54 bilhões da parceria Petrobras/ Sete Brasil, e plataformas, com R$ 53,4 bilhões da estatal.

Présal – Graças às reservas do pré-sal, a demanda da Petrobras por embarcações aumentou. Segundo o Ipea, as estimativas de especialistas apontam para a necessidade de mais 12 a 15 plataformas, a partir de 2020, com investimento de R$ 36,75 bilhões. Para a exploração do Campo de Libra, podem ser necessárias 13 plataformas com investimento de mais R$ 31,85 bilhões.

Considerando esse total de 28 plataformas e a média de quatro navios de apoio para cada uma, serão encomendadas mais 112 embarcações ao custo total de aproximadamente R$ 8,4 bilhões no total.

Campos identifica, portanto, uma demanda de pelo menos 544 embarcações a serem produzidas nos próximos quinze anos, com o envolvimento de cerca de R$ 227 bilhões.

Trabalho – O emprego no setor apresentou dois picos de alta, o primeiro entre 2006 e 2007, quando saiu do patamar de 19 mil vagas para 40 mil. O outro aconteceu após 2010, já no governo da presidenta Dilma Rousseff, quando saiu dos 46 mil  postos para atingir os 78 mil em 2013.

 

Da Redação da Agência PT de Notícias

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