Júlio Miragaya: Eremildo e a Petrobras

Em artigo publicado no “Jornal de Brasília”, economista aponta as contradições da mídia sobre a estatal de petróleo

EREMILDO E A PETROBRAS

Diante das informações que têm sido noticiadas sobre a Petrobras, Eremildo, o idiota, o confuso personagem de Elio Gaspari, deve estar fundindo de vez sua cuca.

De um lado, as ações preferenciais da maior empresa do Brasil diariamente bombardeada pelas denúncias de pagamento de propinas, caem a cada dia, tendo fechado na última 2ª feira em R$ 8,91, numa queda de mais de 75% em relação à cotação de março de 2010.

De outro lado, ao produzir 2,21 milhões de barris/dia no terceiro trimestre de 2014, tornou-se a maior petroleira de capital aberto do mundo, superando a Exxon, a gigantesca corporação norte-americana. Como explicar fatos tão contraditórios?

A Petrobras é uma das maiores empresas de petróleo e gás do mundo, sua produção tem crescido continuamente e a produção nos campos do pré-sal superaram a barreira dos 700 mil barris/dia. Possui um enorme parque de refino, uma imensa rede de oleodutos e gasodutos e uma grande frota petroleira. Suas reservas são gigantescas, devendo alçar o Brasil ao posto de 5º maior produtor mundial de petróleo em 2025.
Pois é precisamente seu gigantismo e sua condição de empresa estatal que a tornam vítima de ações especulativas do mercado e de imensas pressões pela sua privatização ou pelo fim do regime de partilha.

Sempre foi assim. A causa maior da queda das ações da Petrobras é a redução de 60% na cotação do petróleo no mercado internacional, de US$ 123 em 2011 para US$ 47 atuais, mas as denúncias de pagamento de propinas são um bom pretexto para atacar a sua condição de estatal e buscar enfraquecê-la, escancarando o setor de petróleo e gás às corporações transnacionais.

Eremildo, o idiota, comprou muitas ações da OGX de Eike Batista e está entre aqueles que pregam a privatização da Petrobras como solução para todos os seus males, mas não se dá fim à doença matando o paciente. Ampliar a participação dos 86 mil empregados na sua gestão é o melhor antídoto contra os malfeitos na Petrobras.

Júlio Miragaya é vice-presidente do Conselho Federal de Economia

PT Cast