Justiça aceita denúncia contra 125 por corrupção na Receita do Paraná
Segunda fase da Operação Publicano deve apurar se houve caixa 2 na reeleição de Beto Richa. Não está descartada a ligação de fraudes na Receita do Estado com pagamento ilegal de campanha
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O juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, aceitou, na última quinta-feira (9), denúncias do Mistério Público do Paraná (MP-PR) contra 125 pessoas envolvidas em um esquema de corrupção na Receita Estadual de Londrina. Entre os réus está o empresário Luiz Abi Antoun, parente distante do governador Beto Richa (PSDB), acusado de comandar um esquema de sonegação de tributos estaduais e lavagem de dinheiro.
De acordo o MP-PR, Antoun fazia indicações de cargos para a Receita Estadual. Ele era apontado como “gestor político” do órgão, segundo o auditor Luiz Antônio Souza, em delação premiada. Antoun também é suspeito de receber dinheiro arrecadado com propina. Além dele, foram denunciados outros empresários, auditores fiscais, contadores e advogados.
Conforme as investigações da Operação Publicano, do Gaeco, a sonegação funcionava por meio de pagamento de propina que anualmente representava aproximadamente R$ 50 milhões. Auditores anulavam débitos ou reduziam os valores dos impostos das empresas que apresentavam irregularidades. Em depoimentos de delação premiada, auditores relataram que o esquema de extorsão começou em 1984.
Richa diz que o réu é “um parente distante”. Em março Antoun foi acusado na Operação Voldemort por fraude em licitação para o conserto de carros oficiais do Departamento de Transporte.
Segundo Souza, parte dos desvios, R$ 2 milhões de um total de R$ 4,3 milhões, teria sido repassada para a campanha de reeleição do tucano ao governo do Estado.
Os acusados responderão pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, tráfico de influência e concussão – quando se exige dinheiro ou vantagem em razão da função que se ocupa.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Notícias