Lela: “Não tenham medo de fazer política, essa é a eleição das nossas vidas”

“Vem surpresa por aí, vocês vão ouvir falar sobre Florianópolis e de outras cidades de Santa Catarina nessas eleições”, relatou o pré-candidato do PT à prefeitura de Florianópolis (SC) ao Café PT desta segunda (15)

Reprodução/TvPT

Lela: “Nosso programa de governo está sendo feito a muitas mãos, é participativo"

“Não tenham medo de fazer política, essa é a eleição das nossas vidas, que vai mudar a sua vida e de sua família. A gente está tendo a honra de ter o presidente Lula com a animação que ele tem, depois de tudo que ele passou. Vamos fazer o debate, ir para as ruas, levantar a bandeira porque nós temos um grande presidente”. O recado é de Guilherme Lela, pré-candidato à Prefeitura de Florianópolis, em entrevista ao Café PT da TvPT desta segunda-feira (15).

Depois de dois mandatos como vereador, Lela relatou durante entrevista à TvPT que quer agora realizar um sonho de infância, quando dizia a seus pais que queria ser prefeito para mudar a vida das pessoas. “A animação é tão grande que lideranças que foram vereadores e deputados colocaram seus nomes à disposição e estão hoje fazendo parte de uma chapa histórica em Florianópolis, uma das mais competitivas chapas da capital catarinense. Vem surpresa por aí, vocês vão ouvir falar sobre Florianópolis e de outras cidades de Santa Catarina nessas eleições. Dobramos a quantidade de candidatos de 2020 para 2024”, anunciou.

Perguntado sobre a primeira ação se eleito, Lela é taxativo. “Botar a cidade para discutir orçamento. São R$ 4 bilhões por ano e Florianópolis não ganha obras estruturantes”, alertou, ao lembrar do PAC do Maciço, uma grande obra de contenção de encostas que o Brasil inteiro olhou com muita atenção, feita nos dois primeiros mandatos de Lula. Depois da obra, lembra Lela, houve “fortes chuvas e no Maciço, no Morro da Cruz e em outros bairros próximos não tivemos nenhum problema”, pontuou, ao comentar que as pessoas veem Santa Catarina como um estado rico mas na realidade tem muita pobreza e problemas sociais.

“Há 10 anos 27% das praias eram impróprias para banho e que agora são 67%. Estamos no limite de perder justamente o que temos de mais belo. Os baixos recursos destinados em saneamento básico em Florianópolis fazem dela uma das piores capitais dos últimos anos em investimentos na área”, lamentou, ao citar que mais de 100 mil pessoas têm casas com fossa séptica.

“Tenho vergonha de falar isso. O norte da ilha já tem um problema de contaminação do lençol freático, grande parte dos rios estão poluídos, estamos matando tudo o que a gente tem que gera riquezas e, mais do que isso, é o nosso meio ambiente. O planejamento urbano precisa ser refeito. Temos a tarefa de cuidar disso”, anunciou, ao comentar que desde golpe na presidenta Dilma vem acontecendo um ataque sistêmico ao serviço público e aos servidores, principalmente da educação de Florianópolis.

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“Nosso programa de governo está sendo feito a muitas mãos, é participativo. O modo petista de governar é com participação popular, o orçamento vai ser participativo, a gestão mais inteligente, fazendo a prefeitura voltar a ser pública. A prefeitura de Florianópolis precisa voltar a ser pública, ela precisa voltar a atender os interesses públicos, com respeito à iniciativa privada que em Florianópolis desempenha um papel importantíssimo, mas fazendo uma gestão pública voltada aos interesses públicos e que a gente consiga atingir em cheio as principais mazelas. O IDH tem caído bastante”, revelou, ao pontuar que a cidade ganhará novos institutos federais.

Lela, que já foi secretário de cultura de Florianópolis, diz que a cidade precisa de um calendário turístico, esportivo e cultural. “Nos fins de semana na capital catarinense você não tem um museu aberto. Isso é um é uma aberração”, ressaltou, ao enfatizar que as belezas naturais da região oferecem as condições para esportes como vela, surf, remo, skate entre outros. “Temos um rico polo esportivo e cultural e temos que aproveitar isso, cuidando do meio ambiente senão, não vai dar para surfar numa praia poluída, nem remar na Lagoa da Conceição.

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“Temos uma tarefa que é das mais desafiadoras para uma capital tão querida e tão amada, mas é mais do que isso, esse desafio nos motiva porque a gente é apaixonado por essa cidade, é a Ilha da Magia mesmo, a gente viaja e tem vontade de voltar”, revela.

Capitanear a região metropolitana

Inspirado na energia e determinação do presidente Lula, nas grandes lideranças do partido e em seus melhores programas, Lela diz que seu plano de governo tem um norte que é capitanear os problemas da região metropolitana de forma consorciada com os demais municípios para resolver problemas de lixo, mobilidade urbana, transporte coletivo, trânsito – que é uma das questões mais demandadas, segundo ele; o saneamento básico, saúde, a questão do meio ambiente. “Não vai adiantar investir só em Florianópolis”, raciocina, ao falar do cinturão verde em volta de Florianópolis, cujos municípios têm a agricultura familiar que abastece a capital catarinense. Há também o problema da água que chega às torneiras da população bastante contaminada por agrotóxicos.

Depois de um ano e meio de governo Lula, o pré-candidato lamentou que Florianópolis não tenha apresentado projetos para acessar os recursos disponibilizados na área da saúde e em 10 programas federais de mobilidade urbana. “A gente precisa lutar por políticas públicas. O governo federal tem esses programas. Vamos utilizar todos esses recursos”, disse ele, ao falar de várias cidades que estão avançando como o tarifa zero, projeto de VLTs etc.

Lela ressalta que a cidade real é a que muitas pessoas acordam às 5 horas da manhã para trabalhar, pegar ônibus lotado. Essa cidade real não aparece na propaganda da prefeitura e são essas pessoas que geram a riqueza. “Elas têm que ser bem cuidadas, precisam estar com a sua saúde em dia, precisam ter oportunidade de trabalho sabendo que o filho ou a filha vai estar bem cuidado numa unidade de educação infantil ou no ensino do ensino fundamental. Tenho certeza que a gente vai conseguir fazer essa transformação em Florianópolis’, prometeu.

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Energia de Lula

O PT, segundo Lela, tem Marisa Zanoni pré-candidata em Camboriú, Tânia Slongo em Palhoça, e vários outros candidatos em Santa Catarina. “Dobramos a quantidade de candidatos, temos coragem e vamos deixar um legado bacana mostrando que é possível sim governar para todos”, avisou Lela, ao se dizer muito honrado por cumprir a tarefa de levar o nome de um dos maiores partidos do planeta, o maior partido de esquerda da América Latina e do presidente Lula, um líder mundial.

A energia do presidente Lula foi um dos fatores que o motivaram a se filiar ao PT. “Eu era do PDT, há cinco anos fui convidado a ir para o PT porque nossa atuação em Florianópolis era muito forte em defesa dos trabalhadores e do serviço público municipal. Minha família inteira é petista, a minha companheira, meus cunhados, meus pais. Estar no PT era uma questão de tempo mesmo, todo mundo falava que eu era petista”, relatou.

“É uma tarefa que me orgulha muito. Fico muito feliz de estar na capital catarinense nesse momento em que vamos olhar para trás e lembrar quanta coisa a gente fez para poder, num momento difícil da sociedade, continuar a luta, assim como muitos fizeram para a gente. Se estamos aqui falando de política, se podemos nos reunir, ir pra rua pedir voto, se podemos votar e escolher é porque muita gente lutou e deu a vida. Muita gente foi torturada para que a gente pudesse conquistar isso”, salientou o pré-candidato, filho de um pedreiro de uma costureira.

“Eles eram trabalhadores que fundaram o conselho comunitário do bairro, lutaram para ter água encanada onde a gente morava. Então desde pequeno vi toda aquela transformação política acontecer através da mobilização, a importância de unir e imobilizar para conquistar”, lembrou, ao falar que, como ex-vereador, vê uma perda de qualidade nas principais tarefas dos legisladores municipais que são fiscalizar e defender o interesse público.

Ocaso do bolsonarismo

Lela observa que a população catarinense tem na memória os programas sociais exitosos dos governos do PT. Lula foi o mais votado em Santa Catarina em 2002 e, em 2022, Décio Lima foi para o segundo turno na eleição para governador.

“Pela primeira vez na história de Santa Catarina um candidato do PT quase ganhou a eleição num estado que todo mundo diz que é bolsonarista. Não é bolsonarista, a gente só precisa comunicar melhor, a gente precisa ir para as ruas contra essa política de ódio. Quem antes era bolsonarista vibrava. Hoje, tem vergonha. Mais um tempinho, mais algumas eleições, o processo democrático é bom por isso, a gente vai debatendo e as pessoas vão criando a consciência política”, salientou Lela, ao destacar que Florianópolis é a capital da resistência catarinense, onde Lula alcançou 47% dos votos.

“A gente já tem uma capital mais progressista, que é a caixa de ressonância para os demais municípios, a capital é referência e tem essa função de animar”, assinalou, ao comentar que o estado tem cidades com extremismos como foi recentemente o encontro de conservadores em Balneário Camboriú.

“Um evento que flopou, foi bizarro, Bolsonaro com a família numa cidade que consideram a capital deles, que eles comandam mas não é bem assim. O PT está lá vai ter candidata, a nossa Marisa, guerreira, uma coragem absurda para fazer o enfrentamento no debate, mostrando que tínhamos, que foi destruído, e que estamos construindo de novo. Tenho certeza que a população está percebendo essa mudança. Vamos levar esperança para cada canto desse nosso estado catarinense”, exaltou.

Sobre a quantidade de prefeitos catarinenses presos acusados de corrupção, Lela diz que há “um vício muito grande na corrupção, de três em três meses temos visto a Polícia dentro da Câmara e dentro da Prefeitura de Florianópolis, operações policiais, secretário do prefeito preso, é uma confusão na cidade. A gente precisa muito apoiar os órgãos de controle para afastar esses malfeitores que usurpam do poder para se aproveitar dos recursos que deveriam estar nas políticas públicas”, assinalou.

Da Redação

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